Presidente do Instituto de Segurança Social desiste de se recandidatar ao cargo
Mariana Ribeiro Ferreira, que estava entre as finalistas da fase final do concurso, desistiu por "razões pessoais".
A presidente do ISS, que faz parte do conselho nacional do CDS-PP, comunicou à Comissão de Recrutamento e Selecção da Administração Pública (CRESAP), a entidade que está a proceder à selecção dos candidatos para o conselho directivo do instituto, a sua desistência por motivos pessoais. A decisão foi formalizada por e-mail na passada segunda-feira, depois de Mariana Ribeiro Ferreira ter sido notificada pela CRESAP de que tinha sido seleccionada para a fase da entrevista - uma das etapas finais do concurso - que está marcada para a próxima terça-feira.
João Bilhim, presidente da CRESAP, confirmou ao PÚBLICO a recepção do e-mail com o pedido para a retirada da candidatura, invocando ”razões pessoais”.
O concurso para a escolha do presidente, vice-presidente e dois vogais do ISS foi publicado em Janeiro no Diário da República e entra agora na fase final. As entrevistas aos seis finalistas para cada um dos cargos estão, adiantou João Bilhim, marcadas para a próxima semana. Depois, o júri escolherá os três finalistas e a lista será enviada ao ministro do Emprego e da Segurança Social, a quem cabe a escolha final.
Mariana Ribeiro Ferreira, sabe o PÚBLICO, há já algum tempo que tinha transmitido ao responsável pela tutela do ISS, o ministro Pedro Mota Soares, a sua indisponibilidade para continuar à frente do organismo, cargo que ocupa desde 2011. Questionada sobre se a presidente do ISS tinha transmitido à tutela essa indisponibilidade e se a desistência do concurso tem alguma relação com o processo de requalificação de 700 trabalhadores que está em curso no instituto, fonte oficial do ministério não respondeu.
O PÚBLICO também tentou contactar a actual responsável do ISS, mas até ao fecho da edição as tentativas revelaram-se infrutíferas.
Nas últimas semanas, o ISS tem estado debaixo dos holofotes por causa da dispensa de 697 trabalhadores que serão enviados para a requalificação (a antiga mobilidade especial). O processo iniciou-se em Agosto e os trabalhadores começaram a ser notificados há duas semanas. Em causa estão educadoras de infância e trabalhadores de outras carreiras subsistentes, assim como algumas carreiras técnicas e de assistentes operacionais.
De acordo com uma deliberação do ISS a que o PÚBLICO teve acesso, assinada pela actual presidente, o processo deverá estar concluído a 18 de Dezembro. Os sindicatos da UGT e da CGTP têm feito vigílias em várias capitais de distrito e está marcada uma greve para o dia 4 de Dezembro contra aquilo a que chamam “despedimento encapotado” de 700 trabalhadores.
O ministro da Segurança Social já garantiu que “ninguém será despedido” e o secretário de Estado da Administração Pública, José Leite Martins, também garantiu que “o mecanismo da requalificação não envolve qualquer despedimento” e que a “equiparação a uma situação de desemprego é abusiva”.