Soares diz que “o anormal aparato” na detenção de Sócrates “não pode passar em vão”

O líder histórico do Partido Socialista critica igualmente "o espectáculo mediático" e acusa a comunicação social de "violar o segredo de justiça ao revelar factos" que deviam "só ser conhecidos quando um juiz se pronunciasse".

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Soares com Sócrates no Porto num comício de campanha para as legislativas de 2011 Miguel Manso

No seu espaço de opinião no Diário de Notícias, o ex-Presidente e ex-primeiro ministro considera que não pode igualmente “passar em vão o espectáculo mediático que a comunicação social tem feito, violando também ela o segredo de justiça ao revelar factos que era suposto só serem conhecidos quando um juiz se pronunciasse”. E diz: “Ninguém sabe se a Procuradoria-Geral da República foi quem comandou a polícia que actuou.”

No mesmo artigo de opinião, Soares refere ainda a votação, nesta terça-feira, de um Orçamento do Estado “negativo para a generalidade dos portugueses”, ao manter “uma carga fiscal inaceitável” e “uma lógica crescente de terrível empobrecimento do país”, antes de lembrar a realização, no próximo fim-de-semana, do XX Congresso do Partido Socialista. E diz acreditar que nesse momento “vai iniciar-se um novo ciclo com a eleição de António Costa para secretário-geral do partido”.

Soares considera ainda que a reunião magna do partido “ocorre num período muito grave para a vida dos portugueses”, não referindo aqui as suspeitas sobre o antigo secretário-geral do PS, José Sócrates, que ficou em prisão preventiva, ou a investigação judicial aos vistos gold, mas “a acção de um Governo que, insensível ao interesse nacional, o conduziu [o país] para o abismo”. Um Governo, acentua, “que está próximo do fim, apesar do apoio que lhe tem dado sempre que é necessário o senhor Presidente da República, Cavaco Silva”.  

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