BE: Moção minoritária B recusa pré-acordos com direcção e Pedro Filipe Soares

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Coordenado do Bloco, João Semedo, já afirmou que iniciativa do PS é "tardia" Enric Vives-Rubio

Admitindo que a eleição de delegados que decorreu no passado fim de semana antecipa uma "divisão muito grande" na IX Convenção, João Madeira considerou que isso "não é necessariamente negativo", porque permite "entendimentos" pós-Convenção na Mesa Nacional "num quadro de representação de minorias".

"Há duas listas minoritárias que, num quadro pós-Convenção, depois da eleição da Mesa Nacional, criarão uma outra dinâmica do ponto de vista da direção do Bloco. Não me parece que seja necessariamente negativo, se cada uma das componentes da Mesa Nacional agir de forma não sectária", afirmou, em declarações à Lusa.

João Madeira disse que a Moção B irá apresentar uma lista própria à Mesa Nacional e que rejeita "acordos" que favoreçam uma das duas moções maioritárias na disputa pelos lugares da Mesa Nacional - a moção E, do líder parlamentar bloquista, Pedro Filipe Soares, e a moção encabeçada pelos actuais coordenadores.

A moção E, "Bloco plural, fator de viragem", encabeçada pelo líder parlamentar bloquista elegeu 262 delegados, mais seis do que os 256 delegados alcançados pela moção dos atuais coordenadores, João Semedo e Catarina Martins.

Já a moção B, "Refundar o Bloco na luta contra a austeridade" elegeu 44 delegados, a moção R, "Reinventar o Bloco" 38 delegados, e a moção A, "Uma resposta de esquerda", oito delegados, enquanto as plataformas políticas locais que concorreram na Moita e em Famalicão alcançaram dois e sete delegados, respetivamente.

Para apresentar uma lista à Mesa Nacional, órgão máximo do BE entre Convenções, é necessária que seja subscrita por 15 delegados, no mínimo, pelo que pelo menos quatro listas darão entrada no primeiro dia da Convenção, se todas mantiverem a intenção de a apresentarem.

O combate ao desemprego, a redução do número de horas de trabalho semanais e a opção por políticas que diminuam a dependência de combustíveis fósseis para a sustentabilidade dos recursos foram as prioridades destacadas pelo representante da moção B, na apresentação do documento, no mês passado.

Os subscritores, que na anterior Convenção obtiveram cerca de 25 por cento dos lugares na eleição da Mesa Nacional, criticaram também o "falhanço" do modelo de "liderança bicéfala" e da estratégia da atual direção, propondo a procura de uma convergência para pôr fim à austeridade.