A taxa de juro a que o BCE empresta dinheiro aos bancos continua nos 0,05%, enquanto a taxa de juro a que são remunerados os depósitos feitos no banco central se mantém em -0,2%.

Cumpriram-se assim aquilo que eram as expectativas generalizadas dos mercados, uma vez que com a taxa de juro de financiamento a um nível tão próximo de zero e a taxa de depósito já em terreno negativo, a autoridade monetária já não tem espaço de manobra para baixar mais as taxas.

Uma subida é nesta fase considerada como um cenário de todo improvável uma vez que o BCE tem sim a intenção de oferecer mais estímulos à economia da zona euro, como forma de reduzir os riscos de manutenção da inflação a um nível muito baixo e distante da meta oficial de perto de 2% no médio prazo.

Para o fazer, o BCE está agora a colocar em prática medidas não convencionais, como a concessão de empréstimos de longo prazo aos bancos e a compra de activos. Em Outubro, o banco central começou a comprar obrigações hipotecárias, estando também já anunciada a compra de créditos bancários titularizados. Existe a expectativa de que o BCE possa ter que ir mais longe na sua intervenção, comprando obrigações de empresas ou mesmo, como fizeram os EUA, Reino Unido e Japão, títulos de dívida pública.

Ao início da tarde desta quinta-feira, Mario Draghi deverá dar indicações em conferência de imprensa de quais são as intenções do BCE para o futuro.