A história, que Steele jurara levar com ele para a cova, acabava de vez com o mito urbano de que Elvis só tinha posto os pés em Inglaterra uma única vez em 1960, quando o avião militar que o levava de volta a América depois de uma estadia na Alemanha ao serviço do exército fez uma curtíssima escala para reabastecer no aeroporto de Prestwick. E se nos lembramos dela agora é porque daqui a pouco mais de um mês Elvis Presley estará de regresso a Londres – mas agora ao volante do seu Cadillac cor-de-rosa.

Anunciada com a devida pompa e circunstância no início desta semana, a exposição Elvis at the O2: The Exhibition of his life – Direct from Graceland, que abre a 12 de Dezembro e fica em Londres até 31 de Agosto do próximo ano, parece poder sanar a injustiça histórica que privou toda uma nação rock'n'roll de estar perto do rei, ou pelo menos de mais de 300 dos seus objectos pessoais. Entre eles, estão, além do Cadillac cor-de-rosa que Elvis acabou por oferecer à mãe, o lendário fato branco que usou em 1973 no igualmente lendário concerto Aloha from Hawaii e o pequeno batuque que Priscilla lhe ofereceu no Natal de 1959, poucos meses depois se terem apaixonado em Wiesbaden. "Oh meu Deus, eu estava tão nervosa com esse presente. Era uma miúda de 14 anos, o que é que eu havia de dar ao Elvis Presley no Natal? Andei de loja em loja à procura de alguma coisa para lhe oferecer e escolhi o batuque porque ele tocava música todas as noites", disse Priscilla Presley ao jornal britânico The Guardian. 

Juntamente com essas três jóias da coroa, muitos outros itens do espólio do cantor, incluindo guitarras, espelhos, peças de vestuário e muito mobiliário, viajarão directamente de Graceland, a mansão de Memphis, no Tennessee, onde os Beatles apareceram em 1965 para jogar bilhar com Elvis Presley. Será a primeira vez que estes objectos saem dos EUA para pisar a Europa, sublinhou Priscilla, de quem Elvis se divorciou em 1973, ao jornal britânico: "Esta exposição significa muito para nós. Há imenso tempo que ansiávamos fazer esta primeira aparição na Europa. Estamos entusiasmadíssimas e acreditamos que os fãs também estarão. Tentámos escolher peças com interesse humano e não apenas musical ou cinematográfico. Peças que mostrem o homem que estava por trás das cortinas, o homem que estava em casa em Graceland, aquilo de que ele gostava... os seus anéis, as suas jóias, as suas guitarras." E será também, acrescenta o coordenador de Elvis at the O2: The Exhibition of his life – Direct from Graceland, "a exposição mais reveladora de sempre sobre o homem e sobre a estrela". Desta vez, dificilmente passarão despercebidos.