Mitos sobre imigração
Há muitas ideias feitas sobre imigração. O PÚBLICO tentou desfazer algumas das mais comuns.
A maior parte das pessoas que procuram refúgio ou uma vida melhor fazem-no em países europeus, nos EUA ou na Austrália.
Segundo a ONU, a maioria dos refugiados do mundo – 86% – vive em países em desenvolvimento, sendo o Paquistão o país que mais recebe refugiados – 1,6 milhões. Esta percentagem é ainda maior da que se registava há dez anos, que era de 70%. Apenas uma minoria procura chegar a países desenvolvidos. O número global de refugiados passou este ano pela primeira vez desde a II Guerra Mundial a barreira dos 50 milhões. Nos 28 países da União Europeia vivem apenas cerca de 435 mil.
A maioria dos imigrantes que chegam à Europa fazem-no por razões económicas.
40% dos imigrantes a chegar actualmente à Europa de modo irregular vêm da Síria e Eriteira. Muitos dos migrantes saem de outros países em que há conflitos e perseguições, do Mali ao Egipto, do Afeganistão à Nigéria.
A maioria dos imigrantes que estão na Europa irregularmente chega de barco.
O número de imigrantes que tentam chegar em embarcações está a aumentar e, no segundo trimestre de 2014, cerca de 90% dos imigrantes que chegaram à União Europeia fizeram-no por via marítima, aponta o Frontex, a agência encarregada das fronteiras da UE. Mesmo assim, a agência nota que a maioria das pessoas que estão na Europa ilegalmente chegaram por meios legais, com vistos temporários, e na maioria dos casos ficaram mais tempo do que permitiriam os documentos.
Ainda que todas estas movimentações sejam as mais visíveis, o diário italiano La Stampa aponta que as entradas ilegais são uma pequena proporção do total de movimentos migratórios no continente europeu: menos de 10% do total.
O número de imigrantes no meu país é alto.
Inquéritos mostram que a percepção das pessoas é de o número de imigrantes no seu país é muito mais elevado do que a realidade. Por exemplo, quando questionados sobre qual a percentagem de imigrantes em Itália, os italianos respondem que é de 30% da população, quando o número real é de 7%. Os franceses apontam 28%, quando é de apenas 10%, segundo uma sondagem do Instituto Ipsos Mori. Alemães e espanhóis apontam para 23% de imigrantes, quando a percentagem real é de menos de 10% na Alemanha e menos de 11% em Espanha. Os britânicos falam em 24% quando têm 13%, e os polacos estimam que 14% da população é composta por imigrantes, quando apenas 0,4% dos residentes no país são imigrantes.