Bolsas europeias no vermelho após resultados dos testes à banca
Banco italiano Monte dei Paschi di Siena foi o pior classificado e afundou 21,5%.
Em Itália, o Banca Monte dei Paschi di Siena afundou 21,50%, depois de ter sido o pior classificado nos testes à banca. As autoridades indicaram que o mais antigo banco do mundo em funcionamento, e o terceiro maior em Itália, precisa de melhorar o rácio de capital face aos activos de risco, num reforço na ordem dos 2110 milhões de euros. No final do ano passado, este montante era o dobro.
As perdas na banca pesaram no desempenho do FTSE MIB, o principal índice da Bolsa de Milão, que encerrou a perder 2,4%. Já o Euro Stoxx 50, que lista algumas das principais empresas europeias, desceu 1,02%. O parisiense CAC 40 caiu 0,78%, o londrino FTSE 100 desceu 0,4% e o alemão Dax 30 perdeu 0,95%.
Os mercados sofreram ainda o impacto de más notícias vindas da Alemanha. A maior economia da zona euro divulgou o indicador do clima económico, que mede a confiança das empresas e que desceu para o nível mais baixo desde Dezembro de 2012.
Os resultados dos testes de stress, que avaliam a capacidade dos bancos para resistirem a situações económicas adversas, foram publicados neste domingo pelo Banco Central Europeu e pela Autoridade Bancária Europeia. Dizem respeito às contas de 2013.
Dos 25 bancos que não passaram a avaliação, 12 tomaram ao longo de 2014 medidas para melhorar os rácios de capital e acabaram por ficar entretanto dentro dos patamares mínimos definidos pelos reguladores. Entre os bancos que foram indicados como continuando a ter necessidade melhorar os rácios de capital estão o Banco Comercial Português, que não passou no teste do cenário mais adverso, caracterizado por uma forte recessão na economia, e que foi o terceiro pior classificado.
A banca italiana foi a que teve pior desempenho, com oito instituições listadas entre os que falharam os testes. Há ainda três bancos gregos, três cipriotas, dois eslovenos, dois austríacos, dois belgas, um alemão, um espanhol, um irlandês e um francês.
O Monte dei Paschi já no ano passado tinha sido forçado a adoptar um plano de ajuda governamental. Agora, os responsáveis da instituição queixam-se da metodologia dos testes. “O resultado do exercício aplicado ao banco – que recentemente embarcou num exercício de reestruturação aprovado pela Comissão Europeia – foi penalizado pelas metodologias adoptadas”, lê-se num comunicado emitido pelo Monte dei Paschi. A nota adianta ainda que o banco contratou o UBS e o Citigroup como conselheiros financeiros para executar o plano de reforço de capital, bem como para “explorar todas as alternativas estratégicas”.
O BCP, por seu lado, defendeu que se a avaliação fosse feita agora, o banco não teria problemas. “Esse exercício foi feito com base em 2013. Se o exercício fosse feito agora, com base na evolução muito positiva que o banco fez, com base nas decisões que já tomámos em 2014, o resultado seria diferente”, afirmou o presidente do banco, Nuno Amado, citado pela agência Lusa. Acrescentou que “não vai ser necessário fazer qualquer aumento de capital nem vai ser necessário fazer qualquer venda forçada de um activo estratégico”.