Irão executa condenada por assassinar homem que a tentou violar
“Mais uma vez o Irão insistiu em aplicar a pena de morte apesar de grandes reservas em relação ao processo”.
Jabbari confessou ter dado uma faca nas costas de Morteza Abdolali Sarbandi, antigo empregado do Ministério da Informação, que a teria atacado tentando abusar sexualmente dela.
Ahmed Shaheed, relator de direitos humanos para o Irão, disse que o ataque foi em autodefesa. Sarbandi tinha-se oferecido para contratar Jabbari, designer de interiores, para remodelar o seu escritório e levou-a para um apartamento onde tentou abusar sexualmente dela.
Segundo Jabbari, havia um outro homem em casa e este teria morto Sarbandi. A Amnistia Internacional, que lançou uma campanha pedindo clemência, diz que a investigação do caso, e o julgamento em 2009, foram marcados por falhas enormes e que a presença do segundo homem na casa não tinha sido investigada.
“Tragicamente, este caso está longe de ser raro”, reagiu Hassiba Hadj Sahraoui, responsável da Amnistia Internacional para o Médio Oriente. “Mais uma vez o Irão insistiu em aplicar a pena de morte apesar de grandes reservas em relação ao processo”.
Segundo a ONU, desde o início de 2014 foram executadas mais de 250 pessoas no Irão.
A campanha para uma repetição do julgamento de Jabbari foi feita tanto por organizações internacionais como pela Amnistia, e também por personalidades iranianas, incluindo vários actores.
A sua execução, marcada para 30 de Setembro, foi inicialmente adiada. Na sexta-feira, a mãe de Jabbari pôde visitá-la durante uma hora, algo que geralmente precede as execuções no Irão.
Na madrugada deste sábado, Jabbari foi enforcada. “Descansa em paz”, dizia uma mensagem na página da campanha a favor de Jabbari no Facebook.