Lucros da McDonald’s afundam 30%
Escândalo com carne na China e concorrência nos Estados Unidos prejudicaram resultados da multinacional.
Os resultados financeiros da cadeia de fast food foram negativamente afectados pelo escândalo com um fornecedor de carne na China e com a crescente concorrência nos Estados Unidos, o seu país de origem.
Em Julho, a McDonald’s suspendeu as vendas dos “nuggets” de frango em Hong Kong depois de as autoridades chinesas de segurança alimentar terem encerrado a operação do seu fornecedor chinês, a Shanghai Husi Food. O escândalo foi desencadeado na sequência de várias notícias publicadas na imprensa local sobre a utilização, por parte da Shanghai Husi Food, de carne com o prazo fora de validade.
Também na mesma altura, a McDonald’s retirou os "nuggets" de 500 lojas no Japão e, por isso, já tinha alertado para uma queda de vendas. Os mercados chinês e japonês representam 10% nas receitas da empresa.
Na Europa, as vendas caíram 1,4% e os resultados operacionais também desceram 2%, penalizados pela quebra de confiança do consumidor, o ambiente na Rússia e na Ucrânia e os maus resultados da empresa na Alemanha.
Don Thompson, presidente executivo da multinacional, disse nesta terça-feira que, tendo em conta o mesmo número de lojas, as vendas globais deverão cair em Outubro. “Os factores internos e externos influenciaram mais do que o esperado e vão continuar [a ter impacto nas contas] no quarto trimestre”, disse, num comunicado oficial.
A McDonald’s tem mais de 35.600 restaurantes no mundo, 81% dos quais são franchisados. Em Portugal, tem 140 unidades, 80% exploradas em regime de franchising.
Em declarações anteriores ao PÚBLICO, Mário Barbosa, que assumiu recentemente o cargo de presidente executivo da multinacional em Espanha, avançou que a cadeia abrirá este ano quatro novos restaurantes e tem planos para reforçar com mais cinco em 2015.
Nesse depoimento, o gestor avançou que a McDonald’s em Portugal está a crescer em vendas totais (incluem a facturação dos restaurantes geridos directamente e dos que são dos franquiados), contrariando, assim, a tendência global da companhia. Contactada, a subsidiária portuguesa esclareceu que não vai divulgar os resultados trimestrais do mercado nacional.