Autarcas do PSD consideram que Orçamento melhora "condições do exercício autárquico"
Os autarcas sociais-democratas sublinham que os municípios em equilíbrio podem ter financiamento mais barato.
Numa posição divulgada este sábado, o presidente da comissão política nacional dos autarcas sociais-democratas, Álvaro dos Santos Amaro, comentou que o documento, em cenário de dificuldades, “consubstancia o reconhecimento do papel das autarquias e reflecte muitas das matérias que têm sido defendidas”.
“Este avanço permitirá um novo impulso no processo de desenvolvimento das políticas de proximidade e abre portas a novas formas de gestão que se materializará numa maior delegação de competências nos municípios”, lê-se no comunicado.
Álvaro dos Santos Amaros comentou que no quadro global da administração pública, “as autarquias têm apresentado dos melhores resultados”, sendo um “sector com superavit orçamental, o que traduz bem o esforço solidário dos municípios no ajustamento”.
O comunicado notou que a proposta de Orçamento prevê um aumento de 108 milhões de euros nas transferências para os municípios (25,7 milhões de euros referente às normais transferências e 82,5 milhões de euros referente à participação no IRS).
Porém, o dirigente dos autarcas do PSD afirmou que o aumento fica “consignado à consolidação orçamental dos municípios e melhoria do saldo orçamental dos municípios”, já que a proposta determina três hipóteses para a aplicação desse aumento de verbas: capitalização do Fundo de Apoio Municipal, que no ano de 2015 necessita de 46 milhões de euros, redução dos pagamentos em atraso e diminuição da divida de médio e longo prazo.
Na nota enviada, indicou-se ainda o aumento de 2,54 milhões de euros nas verbas a atribuir às juntas de freguesia, em relação a 2014.
Os autarcas sociais-democratas sublinharam ainda que os municípios em equilíbrio podem ter financiamento mais barato e que passa a haver um “regime mais justo” nos pagamentos ao Serviço Nacional de Saúde.
“Não é um Orçamento do Estado que preencha todas as necessidades” das autarquias para que responda a “todas as exigências”, mas o documento “materializa e demonstra o reconhecimento pela evolução significativa da solidariedade das autarquias no ajustamento económico e financeiro de Portugal”.
A proposta de OE2015 estima que o défice orçamental para o próximo ano seja de 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB), ou seja, 0,2 pontos percentuais acima do acordado com a troika (Fundo Monetário Internacional, Comissão Europeia e Banco Central Europeu).
O documento prevê um crescimento económico de 1,5% e uma taxa de desemprego de 13,4%.