Pierre Boulez vai fazer 90 anos – e Paris vai fazer-lhe uma festa
Uma exposição na Cité de La Musique porá em relação a obra do compositor e maestro com as outras artes.
Comissariada por Sarah Barbedette, e simplesmente intitulada Pierre Boulez, a exposição vai pôr em realce a relação da obra do compositor com as outras artes. A partir de uma selecção de peças suas – Deuxième sonate, Le marteau sans maître, Pli selon pli, Rituel, Répons, Sur incises –, a mostra fará pontes entre a actividade do Boulez-compositor e do Boulez-maestro com os universos da literatura (Stéphane Mallarmé e René Char, E.E. Cummings e James Joyce), da pintura (Vieira da Silva e Paul Klee), do teatro (Jean-Louis Barrault e Patrice Chéreau) e da arquitectura (Christian de Portzamparc). Este arquitecto francês é o autor do edifício da Cité de la Musique, onde Pierre Boulez fundou, nos anos 1970, o Ensemble Intercontemporain, uma referência da música de vanguarda – na mesma altura, criou também, para o Centro Pompidou, o IRCAM (Instituto de Pesquisa e Coordenação de Música e Acústica), também especialmente dedicado à criação musical erudita contemporânea.
“Hoje em dia maestro honorário de numerosas orquestras, Pierre Boulez não deixou de compor, de pensar a música e de trabalhar para a sua inscrição na cidade e na vida quotidiana”, nota a Cité de la Musique no anúncio da exposição de aniversário.
Visitante frequente de Portugal, entre Lisboa (Gulbenkian) e o Porto, Pierre Boulez foi o artista associado do Ano França (2012) na Casa da Música. Mas razões de saúde impediram a sua deslocação, nesse ano, ao Porto, para dirigir a execução das suas obras. Uma década antes, à frente do seu Ensemble Intercontemporain e da Orquestra de Paris, Boulez dirigiu um dos primeiros grandes concertos da Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura.