Duplo atentado junto a escolas de Homs faz mais de 30 mortos
Agência estatal adianta que maioria das vítimas são crianças. Jihadistas mantêm ofensiva na cidade curda de Kobani.
O atentado – o último a visar zonas sob controlo do regime – acontece na mesma altura em que as atenções estão concentradas em Kobani, cidade curda no Norte do país que as forças do Estado Islâmico ameaçam tomar. Na última madrugada, aviões da coligação liderada pelos Estados Unidos voltaram a bombardear posições dos jihadistas, mas os combates continuam intensos e durante a manhã vários rockets destruíram casas nos arredores da cidade, a pouco mais de cem metros da fronteira com a Turquia.
Mas longe dos holofotes da imprensa, a guerra na Síria mantém o mesmo ritmo assassino dos últimos três anos. Terça-feira, helicópteros do Exército sírio largaram barris de explosivos num bairro controlado pelos rebeldes em Alepo, matando oito pessoas, quatro das quais crianças. Menos de 24 horas depois, registaram-se duas explosões em Akrama, um bairro de Homs habitado por alauitas, seita do xiismo a que pertence a elite do regime, e que se manteve sempre nas mãos do Exército.
Segundo a agência Sana, um carro armadilhado explodiu frente a uma escola da zona. “Alguns minutos mais tarde, um outro terrorista fez-se explodir junto a uma outra escola a fim de matar o maior número possível de pessoas”, acrescenta a mesma agência, que num despacho anterior referira que a segunda explosão tinha acontecido junto a um hospital.
O governador da cidade diz que as duas explosões mataram 31 pessoas, “na maioria crianças”. O Observatório Sírio dos Direitos Humanos, que reúne informações de activistas no terreno, dá conta de 39 mortos, 30 dos quais crianças.
Desde Maio, quando o Exército se apoderou da Cidade Velha de Homs, após mais de dois anos de cerco, apenas o bairro de Waer, na periferia, continua em poder da oposição que em 2011, no início dos protestos contra Assad, proclamou Homs a capital da rebelião. A zona tem sido alvo frequente dos obuses do Exército. Inúmeros atentados contra posições do Governo têm sido reivindicados por grupos radicais da oposição, incluindo a Frente al-Nusra (próxima da Al-Qaeda).