Seguro, o António que volta a ser militante-base

A declaração da derrota chegou sem aviso prévio aos jornalistas, passavam duas horas do fecho das urnas. De gravata vermelha e sorridente, Seguro trazia emoção na voz. E demissão nas palavras.

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Seguro acompanhado pela família na noite da demissão Miguel Madeira
Mas esta era a noite por que Seguro esperava há quatro meses, quando no Vimeiro tirou a carta das primárias do bolso. A declaração da derrota chegou sem aviso prévio aos jornalistas, passavam duas horas do fecho das urnas. De gravata vermelha e sorridente, Seguro trazia emoção na voz. E demissão nas palavras: "Compareço perante vós para cumprir a minha palavra. Cesso hoje as minhas funções como secretário-geral."

O líder do PS durante três anos colocava depois uma pedra em cima de todas as dúvidas. "O PS escolheu o seu secretário-geral, está escolhido. Ponto final." As eleições directas e o congresso que se seguem ficarão assim para quem quiser disputá-lo: "Termino como comecei. Regresso hoje à condição de militante-base do PS, condição que manterei depois do congresso do PS."

Num discurso breve (sete minutos), mas repleto de palavras de reconhecimento pelos três anos em que esteve à frente do PS, saudou todos os portugueses, até os que não participaram nas primárias. 

Com a mulher e a filha mais velha na plateia, Seguro garantiu que as convicções não dependem dos lugares políticos e prometeu ”compromisso” com as causas que defende, nomeadamente com a separação entre a política e os negócios. Sem subterfúgios, “felicitou democraticamente o doutor António Costa e todos os que ganharam estas eleições”.

Na recta final, dedicou uns minutos a um pequeno balanço de quem lutou contra “uma maioria, um Governo, um Presidente e, se não fosse já bastante, um presidente da Comissão Europeia do mesmo partido e um memorando”. Foi interrompido várias vezes. Por aplausos fortes. Saiu da sala abraçado à família. 

   

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