Toda a Mafalda reeditada em Portugal a propósito dos seus 50 anos
A pequena Mafalda celebra este ano o seu 50.º aniversário e para marcar a data a Verbo vai reeditar em Portugal todas as suas tiras.
A primeira história de Mafalda foi publicada a 29 de Setembro de 1964. Quino pensara pela primeira vez nesta filósofa de palmo e meio dois anos antes, para uma campanha publicitária da marca de electrodomésticos Mansfield que nunca chegou a ver a luz do dia. Desde então, os anos passam e Mafalda não cresce, continua a ter 6 anos e acompanha já algumas gerações. Habituámo-nos ao seu olhar do mundo e às suas perguntas e à sua demanda por uma sociedade mais justa e digna.
É por isso que no ano em que completa 50 anos, a editora Verbo vai reeditar todas as suas tiras, que serão acompanhadas por artigos de opinião e diversa informação que, guiando o leitor, o ajudam a contextualizar a personagem e os gags nos acontecimentos históricos que a Argentina e o Mundo vivenciaram entre 1964 e 1973.
Quino publicou a sua primeira tira da Mafalda no semanário Primera Plana, em Buenos Aires. Em Março de 1965, menos de um ano depois da estreia, Mafalda muda-se do Primera Plana para o El Mundo de Buenos Aires, onde começou a surgir diariamente. As personagens Manelito e Susanita foram publicadas pela primeira vez neste jornal. No final de 1967, altura em que a mãe de Mafalda ficou grávida, o jornal El Mundo encerra portas e por isso Gui, o irmão da criança, nunca chegou a aparecer neste diário.
A publicação de Mafalda recomeçou então seis meses mais tarde, em Junho de 1968, no Siete Días Illustrados, onde permaneceu até Junho de 1973, ano em que Quino decidiu pôr fim à publicação das tiras da sua mais célebre personagem. A partir dessa data Quino desenhou Mafalda muito poucas vezes, e fê-lo sobretudo para promover campanhas pelos Direitos Humanos (como aconteceu em 1976 quando ilustrou a Declaração Universal dos Direitos da Criança).
Quino, de verdadeiro nome Joaquín Salvador Lavado, filho de imigrantes andaluzes, nasceu em 1932, em Mendoza, na Argentina. Descobriu o desenho com um tio, Joaquín Tejón, pintor e artista gráfico, e publicou a sua primeira tira em 1954, tinha 22 anos. Hoje, aos 81 anos, já não desenha. Por coincidência, o autor recebeu este ano o Prémio Príncipe das Astúrias na categoria de Comunicação e Humanidades, no valor de 50 mil euros.