Conselho Metropolitano de Lisboa pede esclarecimentos sobre reformulação de tarifas de transportes

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O Grupo Transtejo diz que os terminais vão ser encerrados Foto: Rui Gaudêncio
Este pedido de informações é necessário, segundo o Conselho Metropolitano, porque a proposta da AMTL, analisada numa reunião do Grupo de Trabalho da Mobilidade e Transportes da Área Metropolitana (AML), na sexta-feira, "não responde a questões nucleares para os municípios".

De acordo com o Conselho Metropolitano, "apesar de conter alguns avanços no plano das coroas, não responde a questões nucleares para os municípios, como sejam os preços e a integração de todos os operadores, pelo que não reúne condições para merecer parecer favorável" das autarquias.

Também em relação ao financiamento, a proposta da AMTL mantém aspectos que merecem "discordância dos municípios e que não levam em linha de conta que o alargamento da atractividade do sistema de transportes aumentará o número dos utentes e das receitas, e que os utentes portugueses pagam muito acima da média dos restantes países europeus".

Foi, assim, decidido pelo Conselho Metropolitano pedir à AMTL que "envie os dados em falta até ao final do mês de Setembro, a saber: sistema tarifário delineado para o efeito e perspectivas de evolução futura nos próximos 10 a 15 anos, de modo a que o Grupo de Vereadores da Mobilidade e Transportes se possa pronunciar em posse de todos os dados desta matéria".

Em declarações à agência Lusa, o primeiro secretário da Comissão Executiva Metropolitana de Lisboa, Demétrio Alves, referiu, após a reunião, que o documento da proposta "era insuficiente, porque não tinha nenhuma referência quantitativa aos tarifários, portanto seria impossível aferir da justeza, ou da falta dela, da proposta de desenho de coroas que foi apresentada pela AMTL".

Através do documento da proposta, "não é possível ver da justeza socioeconómica dos novos tarifários e dos impactos que vão ter directamente sobre as pessoas que utilizam os vários transportes colectivos, sejam públicos sejam privados, que existam na Área Metropolitana de Lisboa", disse.

Para Demétrio Alves, "um sistema de mobilidade numa área metropolitana como a de Lisboa tem de ter vários objectivos: equidade social, vantagens para a diminuição dos impactos ambientais, trazer consigo a possibilidade de maior eficiência energética, tudo o que aumente a coesão territorial na área de Lisboa, privilegiando-se o transporte colectivo ao transporte individual, e só é possível se o sistema de coroas e dos tarifários forem apelativos".

"Uma das nossas preocupações é não haver ainda um tarifário que inclua as várias entidades transportadoras. Algumas das entidades não estão dentro do sistema e o utente tem de ter um passe restrito a uma determinada zona em certos percursos de transporte que só são oferecidos por uma entidade transportadora que está fora do passe deste sistema tarifário", explicou.