Carlos Costa retira pelouro da supervisão a vice-governador do Banco de Portugal
Ainda no rescaldo do caso BES, Pedro Duarte Neves deixa de ser o número dois do governador. Supervisão prudencial entregue a novo administrador.
O pelouro estava até agora confiado a Pedro Duarte Neves, que passa a ser responsável pela área de estabilidade financeira e, em complemento, pelas áreas de estudos económicos e estatísticas.
A reafectação de pelouros, comunicada pelo BdP, acontece num momento em que entram dois novos administradores, Hélder Rosalino e António Varela, mas a que também não será alheia a polémica que envolve Pedro Duarte Neves, relativa ao colapso do banco Espírito Santo (BES).
O presidente da empresa que auditava as contas do BES, a KPMG, garantiu, em entrevista ao Expresso, que informou o até agora braço-direito de Costa, a 16 de Julho, sobre perdas superiores a 1500 milhões de euros, que agravaram as perdas do banco e determinaram a intervenção do BdP.
Duarte Neves, que foi o homem forte da supervisão prudencial nos últimos oitos anos, sobrevivendo aos casos do BPN, BCP e BPP, nega que a informação relativa àquelas perdas tenha sido quantificada pela KPMG na reunião de 16 de Julho.
A entrada de António Varela, com experiência na banca, mas que agora tinha responsabilidades financeiras na Cimpor, e de Hélder Rosalino, ex-secretário da administração Pública, acontece depois da saída de dois outros administradores - José Silveira Godinho e Teodora Cardoso - que tinham cessado funções.
Na reafectação de pelouros, a área da resolução fica a cargo do vice-governador José Berberan Ramalho (que continua também responsável pelo Fundo de Resolução) e a supervisão comportamental e a acção sancionatória ficam com o administrador João Amaral Tomaz.
Carlos Costa manterá os pelouros directamente relacionados com o governo interno e as relações externas, auditoria interna, gestão do risco e relações internacionais.