Números do emprego nos EUA surpreendem pela negativa
Os 142 mil postos de trabalho criados ficam abaixo das previsões dos economistas.
Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho dos Estados Unidos mostra que em Agosto a economia conseguiu acrescentar 142 mil postos de trabalho activos. Acontece que este valor fica 80 mil abaixo das estimativas dos economistas consultados antes pela agência Reuters e constitui o pior registo em oito meses.
A taxa de desemprego caiu uma décima de ponto percentual, para 6,1%, mas os dados oficiais mostram que recuo tem mais a ver com o facto de ter havido muitos norte-americanos que viveram situações de desemprego de longa duração e desistiram de procurar trabalho.
Os números revelados esta sexta-feira geraram forte surpresa, porque indicadores recentes, nomeadamente o que se refere aos pedidos de subsídio de desemprego, tinham apresentado evidentes melhorias e já tinham recuperado, segundo a Reuters, para níveis pré-crise de 2008.
"Os dados referentes ao mercado de trabalho são desapontadores, mas tudo parece indicar que se trata de um acidente de percurso e não de uma tendência. Eles darão à presidente da Reserva Federal uma pequena janela de oportunidade para ela fazer o que pretende fazer: acabar com o estímulo económico sem ser obrigada a começar a subir as taxas de juro no curto prazo", afirmou à agência Bloomberg a economista-chefe da consultora Mesirow Financial Diane Swonk.
O sector privado foi o principal responsável pela criação de emprego na maior economia do mundo, ficando para o Governo uma pequena parte no esforço - abriu apenas 8000 vagas nos quadros da administração. O sector dos serviços tem a fatia mais substancial na criação de emprego, ao abrir 112 mil novos postos de trabalho. A construção fez 20 mil novos contratos enquanto o sector do comércio perdeu 8400 empregos.
Nos dias 17 e 18 de Setembro, reúne-se o comité de política monetária da Reserva Federal onde este tema estará, naturalmente, presente. Mas as decisões a tomar não serão fundamentadas apenas no saldo de emprego. Os responsáveis da Fed terão igualmente presente que a economia norte-americana cresceu 4,2% no segundo trimestre do ano, que os salários estão a crescer - o que pode aumentar a procura interna - e que o mercado automóvel, um bom indicador das tendências de consumo, teve em Agosto o seu melhor mês desde Janeiro de 2006.
Notícia actualizaada às 16h10