Casos de ébola poderão passar os 20 mil, diz a OMS
Plano de combate ao ébola da Organização Mundial da Saúde apresentado em Genebra. Serão necessários cerca de 371 milhões de euros nos próximos seis meses.
“O número de casos de febre hemorrágica do vírus ébola poderá ultrapassar os 20.000”, segundo a OMS, citada pela agência AFP. O surto continua a progredir “de uma forma alarmante”.
Desde o início do surto, que afecta a África Ocidental, já adoeceram 3069 pessoas e já morreram 1552, de acordo com a actualização desta quinta-feira da OMS e que contabiliza casos até 26 de Agosto. “O surto continua a acelerar. Mais de 40% do número total de casos ocorreram nos últimos 21 dias. No entanto, a maioria dos casos estão concentrados em apenas algumas localidades”, lê-se no comunicado. A actualização anterior reunia números até 20 de Agosto. Em seis dias houve 454 casos novos e 125 mortes.
O plano para os próximos seis meses, uma espécie de roteiro para combater a pior epidemia de sempre do ébola, vai passar por “inverter a tendência de novos casos e de novas zonas com infectados dentro de três meses, de parar a transmissão nas capitais e grandes cidades portuárias e de parar toda a transmissão residual dentro de seis a nove meses”, cita a AFP.
Segundo a OMS, serão necessários 490 milhões de dólares (371,47 milhões de euros) nos próximos seis meses para pôr o plano em prática.
A febre hemorrágica do ébola é causada por um vírus cujos hospedeiros naturais deverão ser os morcegos frutívoros que vivem nas florestas de África. O surto em que se identificou pela primeira vez o vírus ocorreu em 1976, no Norte da República Democrática do Congo, ex-Zaire, perto do rio Ébola. Não há medicamentos ou vacinas confirmadas contra o vírus, que pode chegar a ter uma taxa de mortalidade de 90%.
A actual epidemia, cuja mortalidade ronda os 50%, iniciou-se no Sul da Guiné-Conacri em final de Dezembro e espalhou-se para a Libéria, a Serra Leoa e depois para a Nigéria, onde já morreram, respectivamente, 430, 694, 422 e seis pessoas.