Ocean Sole transforma chinelos velhos em brinquedos e jóias
Associação do Quénia recolhe chinelos abandonados nos mares e transforma-os em brinquedos, jóias, esculturas gigantes e outros objectos. Em 2013 retirou 50 toneladas de lixo dos mares
Muitos dos biliões de chinelos produzidos anualmente de materiais não degradáveis um pouco por todo o mundo acabam depositados no lixo ou, pior, lançados aos oceanos, quando o seu ciclo de vida termina ou quando deixam de estar em bom estado de utilização. Foi a pensar nesta realidade — e por se cruzar com ela demasiadas vezes — que a bióloga queniana Julie Church criou a Ocean Sole, uma empresa de fabrico artesanal que recolhe este tipo de lixo dos mares e o transforma em vários tipos de objectos, sempre com a forma de animais. Em 2013, cerca de 50 toneladas de chinelos foram recolhidos e, este ano, a empresária espera duplicar este valor.
No Quénia, os chinelos custam apenas um dólar e isso é uma das possíveis explicações para o facto das praias estarem cheias deste calçado abandonado. A Ocean Sole investe na educação da população e procura uma sensibilização global para o tema — o que, a julgar pela mediatização do projecto, está a conseguir. Em 2013, as vendas triplicaram e há jardins zoológicos e aquários de várias partes do mundo a comprar os animais feitos no Quénia.
Há tartarugas, baleias, golfinhos, leões, girafas, rinocerontes — todo o género de animais, ora transformados em esculturas gigantes, ora em brinquedos, em joalharia, porta-chaves. Estas peças são todas feitas por artistas locais que estavam desempregados e que receberam formação para trabalhar neste género de material e têm sempre o mesmo objectivo: chamar a atenção para o problema da poluição dos oceanos e, com as vendas, juntar dinheiro para a associação combater este problema.
Actualmente, a associação recicla cerca de 220 quilos de chinelos por semana e, no futuro, quer que estes chinelos possam também ser transformados noutro tipo de sapatos.