Câmara de Lisboa confirma que não recupera brasões colonais
Associação de Defesa do Património de Lisboa convoca "manifestação pacífica" contra a decisão camarária.
“A Câmara de Lisboa não irá despender recursos financeiros a recuperar os brasões criados pelo Estado Novo das antigas colónias portuguesas e que há muito não existem, nem sequer como arranjos florais no local”, lê-se na nota da autarquia.
Um assessor gabinete do vereador adiantou à agência Lusa que, apesar de os oito brasões referentes às ex-colónias não serem recuperados, existe um plano para manter os restantes, alusivos "aos distritos portugueses, cruz de Cristo, escudo português, entre outros". A mesma fonte garantiu que “o desenho do jardim não se vai alterar em nada”.
Entretanto, a Associação de Defesa do Património de Lisboa (ADPLx) convocou, através da sua página na rede social Facebook, uma “manifestação pacífica a favor da preservação dos brasões no jardim da Praça do Império em Lisboa”, que acontecerá entre as 18h30 e as 20h de quinta-feira. A ADPLx solicitou ainda aos interessados que levem material de jardinagem para limpar as ervas daninhas que abundam no jardim.
Também o CDS-PP anunciou que vai solicitar à Câmara de Lisboa esclarecimentos sobre a não recuperação dos brasões das ex-colónias, considerando que está em causa uma tentativa de "destruição da história".
“(...) Estamos perante uma situação em que se pretende destruir um jardim marcado por ícones da História de Portugal, com base em argumentos de antipatriotismo serôdio e que vão certamente contra a vontade dos Lisboetas”, considerou o vereador centrista João Gonçalves Pereira, numa nota enviada à imprensa.
Segundo o gabinete de Sá Fernandes, "o Jardim da Praça do Império é um dos jardins mais visitados da cidade e por isso é mantido pela equipa de jardineiros da Câmara de Lisboa, que diariamente zela pelo local". No entanto, o comunicado que difundiu refere que "os elementos ornamentais feitos em flores e arbustos que em tempos adornaram o Jardim da Praça do Império há cerca de 20 anos que não eram intervencionados, sendo que alguns já nem existem no local, total ou parcialmente".