Só um tiro de Eliseu conseguiu curar as feridas que a ausência de Enzo deixou
Apesar de convocado, o argentino não chegou a ir para o banco e o ataque das “águias” ressentiu-se. Frente a um Boavista ainda em convalescença nesta I Liga, valeu o remate de meia distância do lateral esquerdo.
Com Talisca a jogar à frente de Rúben Amorim, no meio-campo, e Jara ao lado de Lima, no ataque, esperava-se um Benfica a entrar determinado a esmagar uma "pantera" pouco experiente nestas andanças, mas, fosse por terem estranhado o relvado sintético do Bessa, ou por nunca se terem conseguido recompor da ausência de Enzo Pérez (o médio argentino foi convocado, mas nem chegou a sentar-se no banco de suplentes), os campeões nacionais denotaram uma evidente falta de inspiração e, durante grande parte do primeiro tempo, sentiram enormes dificuldades em assustar os axadrezados.
Só aos 25’, num remate de meia distância, Eliseu conseguiu pôr Monllor em sentido, mas o guardião travou o remate do lateral-esquerdo, que saiu à figura.
Um minuto depois, o guarda-redes argentino volta a entrar em cena, desta vez para negar o golo a Gaitán, que surgiu em óptima posição para marcar. Valeu às “águias” que Eliseu estava decidido a tentar a sorte de meia distância - foi precisamente isso que fez aos 44’, desta vez com um tiro certeiro que valeu o único golo para a equipa de Jorge Jesus.
Antes disso, já o conjunto lisboeta se tinha visto privado do médio Rúben Amorim, que, à meia hora de jogo, se lesionou sozinho e teve de ser substituído, dando lugar a André Almeida.
Desbloqueado o nulo inicial, o Benfica tinha tudo para entrar mais seguro no segundo tempo, mas não foi isso que aconteceu – a começar logo por Jorge Jesus que, ao intervalo, foi expulso do banco por ter tentado tirar satisfações junto do árbitro Marco Ferreira.
Os nervos do técnico português parecem ter-se estendido ao conjunto “encarnado” que, surpreendentemente, deixou que o Boavista jogasse no seu meio-campo nos primeiros minutos da etapa complementar. Só que a boa vontade dos homens de Petit esgotou-se em dois ou três lances de bola parada inconsequentes e, aos 68’, um remate de Gaitán, que tentou aproveitar o adiantamento de Monllor, recordava ao conjunto portuense que, apesar da letargia que tomou conta dos "encarnados", a equipa continuava a ter individualidades capazes de dilatar a vantagem de forma inesperada.
Até ao final, Pouga ainda festejou o golo do empate, após assistência de Yoro Li, mas de nada valeu – o árbitro há muito tinha assinalado o fora-de-jogo. A vitória por 1-0 serve as necessidades pontuais do Benfica, é certo, mas não fossem as evidentes debilidades da equipa da casa no sector ofensivo e a história podia ter sido bem diferente.
Ficha de Jogo
Boavista, 0
Benfica, 1
Jogo no Estádio do Bessa, no Porto.
Assistência Cerca de 15.000 espectadores
Boavista Daniel Moullor, João Dias (Brito, 82’), Lucas, Philippe Sampaio, Anderson Correia, Tengarrinha, Beckeles, Idris, Diego Lima (Christian Pouga, 73’), Bobô e Julian Montenegro (Yoro Ly, 68’). Treinador Petit.
Benfica Artur, Maxi Pereira, Luisão, Jardel, Eliseu, Salvio, Talisca, Rúben Amorim (André Almeida, 32’), Nico Gaitán (Derley, 90’), Franco Jara (Ola John, 64’) e Lima. Treinador Jorge Jesus.
Árbitro Marco Ferreira (Madeira)
Cartões amarelos Franco Jara (37'), Talisca (57'), Maxi Pereira (61'), João Dias (77'), Bobô (57' e 87') Tengarrinha (90'+2'). Cartão vermelho Bobô (87') Expulso Jorge Jesus (ao intervalo).
Golos 0-1, por Eliseu, aos 44'