Enfermeiros do Hospital de Santarém iniciam greve de quatro dias
Esta terça-feira, profissionais começam protesto. A administração já anunciou que vai contratar mais 17 pessoas.
Na manhã desta terça-feira, o SEP anunciou que a adesão dos enfermeiros do serviço de urgência do Hospital de Santarém foi total. Segundo Helena Jorge, do sindicato, os oito enfermeiros de turno "aderiram todos à greve", estando as urgências a funcionar, em termos de pessoal de enfermagem, em regime de serviços mínimos, pelo que os utentes "podem ter de esperar mais do que o normal, mas vão ser todos atendidos".
A presidente do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Guadalupe Simões, disse à Lusa que o que está em causa é a "falta de 170 enfermeiros" naquele hospital, "quando deveria ter um quadro com 570 profissionais", e a consequente "ruptura nos serviços prestados ao nível dos serviços de urgência e internamento, a ruptura iminente nos cuidados intensivos, e um caos instalado no serviço de medicina".
A dirigente sindical apontou como motivos para a realização da greve o "incumprimento dos horários legais de trabalho, a exigência de uma rápida admissão de mais profissionais naquela unidade de saúde, e o pagamento do trabalho extraordinário", entre outras questões. A dirigente sindical destacou ainda "a escassez e a redução do número de elementos por turno", uma situação que, destacou, "dá origem a uma carga excessiva de trabalho" aos enfermeiros.
Adesão de "60 a 70%", diz sindicato
No turno da manhã desta terça-feira a adesão à greve de enfermeiros no Hospital de Santarém rondou "os 60 a 70%", segundo o SEP. Em declarações à agência Lusa, Helena Jorge, do SEP, disse que a adesão à greve, que se prolonga até sexta-feira, "ronda hoje os 60 a 70%" dos enfermeiros, tendo destacado uma "adesão a 100%" nos serviços de urgência geral, cardiologia e serviços de medicina. "No bloco operatório e cirurgia de ambulatório os enfermeiros não aderiram à greve no dia de hoje", observou a dirigente sindical.
Segundo Helena Jorge, os serviços de urgências estão a funcionar, em termos de pessoal de enfermagem, em regime de serviços mínimos, pelo que os utentes "podem ter de esperar mais do que as quatro horas habituais. Podem ser horas infinitas, mas vão ser todos atendidos", assegurou.
"Já somos poucos enfermeiros e temos muitos utentes internados, pelo que apelamos a que as situações que não sejam realmente urgentes se desloquem para os centros de saúde para procurar atendimento", pediu a dirigente sindical.
Já o Conselho de Administração (CA) do Hospital de Santarém admitiu que a adesão à greve dos enfermeiros que hoje começou na unidade é de 52,5%, refutando os números avançados pelo Sindicato. Em comunicado, o Conselho de Administração assegura, por outro lado, que estão "reunidas todas as condições para a prestação de cuidados" médicos aos seus utentes.
"Impõe-se neste momento uma palavra de tranquilização a todos os utentes do hospital, já que se encontram asseguradas todas as condições que permitem a esta unidade de saúde manter os cuidados adequados à população que serve", afirma a administração na nota divulgada esta tarde. Segundo o Conselho de Administração, o bloco operatório central está "em funcionamento pleno e de acordo com a programação pré existente, assim como o bloco de cirurgia de ambulatório". "O serviço de Consulta Externa está em funcionamento pleno e os Serviços de Urgência e de Internamento com os cuidados mínimos assegurados", acrescenta a administração.
Organizada pelo SEP, a greve tem início esta terça-feira, a partir das 8h, e prolongar-se-á até às 24h de dia 22, sexta-feira.