Governador do Missouri chama Guarda Nacional para Ferguson
Autópsia privada revela que Michael Brown foi atingido por pelo menos seis disparos.
A medida surge ao segundo dia de recolher obrigatório e quando são conhecidas as primeiras informações sobre a morte de Brown – os resultados preliminares de uma autópsia privada, pedida pela família, mostraram que Brown foi atingido por pelo menos seis disparos, dois dos quais na cabeça. Ainda segundo este relatório, a última bala tê-lo-á atingido na cabeça quando já estava a cair.
O Departamento de Justiça dos EUA, que está a levar a cabo uma investigação independente ao caso, ordenou uma terceira autópsia a ser feita por um especialista federal, uma acção fora do normal justificada pelas “circunstâncias extraordinárias” do caso.
As autoridades locais não deram informações sobre a sua própria investigação e resistiram até a indicar o nome do polícia que disparou, o que acabaram por fazer este fim-de-semana, uma semana após o incidente.
Informação e justiça têm sido pedidas pelos manifestantes da localidade, onde os agentes da polícia são quase todos brancos, apesar da grande maioria dos habitantes serem negros (cerca de 70% dos habitantes).
Versões dividem-se sobre quem culpar pelo instigar da violência nas manifestações – se a multidão em fúria se a polícia altamente militarizada.
Em relação aos confrontos de domingo, a polícia disse que os agentes foram atacados por cocktails Molotov e que não tiveram outra solução que não fosse responder com gás lacrimogéneo.
Depois de mais esta noite de confrontos mesmo com recolher obrigatório, e de mais de uma semana de violência, o governador do Missouri, Jay Nixon, resolveu deslocar a Guarda Nacional, composta por reservistas do exército e da força aérea, “para ajudar a restaurar a paz e proteger os cidadãos de Ferguson”.
Nixon culpou “um número crescente de indivíduos, muitos de fora da comunidade e do estado”, por terem manchado um dia de “orações e protestos pacíficos”. O governador mencionou um incidente em que houve disparos contra um civil e ataques “violentos, deliberados, coordenados e que estão a intensificar-se” para justificar chamar a Guarda Nacional do estado do Missouri para ajudar a polícia local a lidar com a violência.