CDS aposta em “jovens quadros” num ano em que o PS suspendeu a Universidade de Verão

De Castelo de Vide à Quinta da Atalaia, o arranque do ano político terá na mão mais um acórdão do Tribunal Constitucional. Depois de uma pausa de Verão, Bloco de Esquerda pode aquecer a três meses da convenção do partido.

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Com as eleições primárias do PS marcadas para 28 de Setembro, as campanhas dos dois Antónios marcarão o reinício do ano político socialista. Já esta quinta-feira as moções de António José Seguro e António Costa estarão finalizadas.

Nesse mesmo dia, o Tribunal Constitucional anuncia a sua decisão sobre os cortes salariais dos funcionários públicos e pensões. O veredicto promete aquecer o fim-de-semana político, que terá o seu momento alto logo no dia seguinte com a subida ao palco de Pedro Passos Coelho na habitual festa do Pontal, no Algarve.

No calçadão de Quarteira, outra vez a dois meses da conclusão do próximo Orçamento do Estado, o primeiro-ministro já subirá ao palco com ao acórdão do Constitucional na mão. Dependendo do seu teor, assim será o discurso do chefe do Governo.

No ano passado, à espera de uma decisão do Constitucional, Passos carregou na pressão: “Qualquer decisão constitucional não afectará simplesmente o Governo. Afectará o país. Esses riscos existem, eu tenho que ser transparente. Se esse risco se concretizar, alguns dos objectivos terão que andar para trás”.

Com uma espécie de rentrée em dose dupla, os sociais-democratas mais jovens são depois chamados a Castelo de Vide, entre 1 e 7 de Setembro, para a habitual Universidade de Verão do PSD. Rui Tavares é, este ano, o político “mais à esquerda” convidado para debater com Miguel Poiares Maduro. Uma espécie de duelo ideológico sobre se ainda faz sentido traçar uma fronteira entre direita e esquerda. O fundador do Livre e ex-eurodeputado estará do lado do “sim”, enquanto o ministro adjunto e do Desenvolvimento Regional apresentará argumentos a favor do “não”.

Quem também ruma a Castelo de Vide é o socialista António Vitorino, numa lista de convidados que integra os governantes Maria Luís Albuquerque e Moreira da Silva ou o sociólogo António Barreto. A “semana académica” dos jovens quadros do PSD encerra com o discurso de Passos Coelho.

É com uma “Escola de Quadros” que o CDS se estreia este ano na organização de um encontro de militantes. Entre 11 e 14 de Setembro, os centristas reunir-se-ão num hotel em Peniche para assinalar os 40 anos do partido. “Sessões, por um lado, de formação dos nossos quadros mais jovens e, por outro, que assinalam os 40 anos do CDS, com pessoas do partido e externas ao partido”, confirma o dirigente Diogo Feio, que para já não quis adiantar quem serão os convidados.

“O que é a essência do CDS, o seu lugar estratégico na política portuguesa, a sua política de alianças com o PSD e com o PS, como os outros partidos vêem o CDS, a sua relação com a democracia cristã e a Constituição” são alguns dos temas que marcarão os painéis de debate, aqui enumerados pelo ex-eurodeputado. O líder Paulo Portas encerrará os trabalhos com um discurso aos militantes e, claro, ao país.

Submarinos a meter água
À esquerda, os comunistas cumprem a tradição com a Festa do Avante!, na quinta da Atalaia, Seixal. São 38 anos desde a primeira edição, este ano entre 5 e 7 de Setembro. Com a promessa "do maior comício político realizado em Portugal", no final todos os caminhos vão dar ao palco 25 de Abril, para ouvir o secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa. Até lá há concertos, exposições, artesanato e gastronomia, a par de uma série de debates que vão do 25 de Abril “valeu e valerá sempre a pena” até à precariedade laboral, desemprego, emigração, abandono escolar, cultura e ciência.

A três meses da convenção do partido, o BE chega a Évora para o que pode ser um reinício político difícil, fragilizado com os resultados eleitorais e com a saída recente da dirigente Ana Drago, acrescida da desvinculação da corrente fundadora Fórum Manifesto. A rentrée Fórum Socialismo, desta vez de 29 a 31 de Agosto, inclui dezenas de painéis com temas muito variados, da austeridade às alterações climáticas. Mas o debate interno não passará incólume.

Logo a abrir, um dos coordenadores do partido dirá “do que é que a esquerda não pode abdicar”, enquanto no dia seguinte o líder parlamentar, Pedro Filipe Soares, falará sobre o “BES, autópsia a um saque”. A socialista Ana Gomes será a convidada de peso a quem caberá explicar porque é que “Os submarinos não param de meter água”, enquanto o economista João Ferreira do Amaral se dedicará ao tema “E se tivermos de sair do euro?”

 

 

 

 

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