Klose chegou ao Brasil com 14 golos em fases finais do Mundial no currículo, um atrás do recordista Ronaldo “Fenómeno”. Não foi opção inicial de Joachim Löw, mas mesmo como suplente utilizado marcou frente ao Gana (2-2). O recorde estava igualado. Mas Klose queria mais: no histórico e inesquecível Brasil-Alemanha, que terminou com a “canarinha” demolida por 1-7, o veterano avançado voltou a marcar, elevando a conta pessoal para 16 e isolando-se no topo da hierarquia dos goleadores em Mundiais. O lugar na história pertence-lhe de pleno direito.

“Sou avançado e o trabalho dos avançados é marcar golos. Estive sempre concentrado em dar o meu melhor pela equipa e não em estabelecer recordes. Enquanto avançado, sou extremamente dependente dos meus companheiros de equipa, por isso quero agradecer-lhes – sem os passes deles nunca teria alcançado este sucesso”, notou Klose.

Nascido na cidade polaca de Opole, Miroslav Klose mudou-se para a Alemanha com os pais quando ainda era muito jovem. Actuou sempre no futebol alemão, tendo chegado ao futebol profissional apenas quando tinha 20 anos. Desde 2011 representa os italianos da Lazio.

Klose estreou-se pela selecção alemã a 24 de Março de 2001, frente à Albânia. Entrou aos 73’ para o lugar de Oliver Neuville e, 15 minutos depois, tinha apontado o primeiro golo ao serviço da Mannschaft. Foi o primeiro de 71 golos, distribuídos por 137 partidas, e pode ostentar na lapela um dado estatístico incrível: a Alemanha nunca perdeu quando ele marcou. Disputou quatro Mundiais e três Europeus e, tendo defrontado Portugal três vezes, apenas numa ocasião Klose marcou à selecção nacional: foi na vitória da Alemanha por 3-2, nos quartos-de-final do Euro 2008.

O seleccionador alemão Joachim Löw despediu-se de Klose com elogios: “É uma estrela internacional e um dos grandes avançados na história do futebol. O seu jogo aéreo, a presença na pequena área, o entendimento do jogo e a forma incansável como disputava o jogo não têm igual. Tenho o maior respeito pela sua decisão e por uma carreira internacional notável que provavelmente nunca será superada. Vamos sentir a falta do ‘Miro’ como futebolista e como pessoa”, frisou o técnico.

“Erguer o troféu [de campeão do mundo] no Brasil foi a concretização de um sonho de infância. Estou orgulhoso e feliz por ter sido capaz de contribuir para um feito tão importante do futebol alemão. Vivi ocasiões únicas e maravilhosas com a selecção nacional e desfrutei momentos inesquecíveis. Nas últimas semanas voltei a saborear esses momentos. Não imagino uma altura melhor para encerrar o capítulo internacional da minha carreira”, sublinhou o avançado na mensagem de despedida.

O rei dos goleadores nos Campeonatos do Mundo abdicou do trono, mas a coroa estará sempre na cabeça de Miroslav Klose.