Avião militar que transportava padre com ébola aterrou em Madrid

Todas as medidas foram tomadas para evitar contágios à tripulação e ao pessoal médico que acompanhou a operação.

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Metade dos casos de ébola registados até agora foram fatais SEYLLOU/AFP

De acordo com a agência EFE, o avião, um Airbus A310 da força aérea, chegou à base de Torrejón de Ardoz às 8h10 locais (07h10 em Lisboa).

O avião militar foi equipado com todas as medidas médicas e de segurança para evitar contágios à tripulação e ao pessoal médico que acompanhou a operação e tinha descolado à 1h30 do aeroporto de Monróvia.

A operação de repatriamento demorou mais do que o previsto porque foi necessário o transporte dos doentes do hospital até ao aeroporto onde deveriam estar quando a aeronave aterrou ao final da tarde na Libéria. Os doentes serão agora transportados para o hospital Carlos III de Madrid que tem todos os protocolos de segurança activados para garantir um risco mínimo de contágio.

O padre espanhol, de 75 anos, contraiu a doença no hospital onde trabalhava em Monróvia, capital da Libéria. O estado de saúde de Miguel Pajares é descrito como grave e foi por isso que o governo espanhol decidiu o seu repatriamento, depois de o sacerdote ter descrito as precárias condições em que estava a ser tratado. A freira da Guiné-Equatorial foi uma das cinco pessoas colocadas em quarentena no mesmo hospital, embora sem sintomas de estar infectada.

O surto de ébola na África Ocidental já infectou 1711 pessoas, das quais 932 morreram, de acordo com o mais recente balanço divulgado pela Organização Mundial de Saúde.

A febre hemorrágica provocada por este vírus é uma doença infecciosa grave identificada pela primeira vez em 1976, na República Democrática do Congo (antigo Zaire) perto do rio Ébola, daí o nome.

A doença transmite-se por contacto directo com o sangue, secreções de órgãos ou fluídos corporais de pessoas infectadas. A incubação da doença pode levar até 21 dias e a mortalidade varia entre 25% e 90%, dependendo da estirpe.