O encontro com a Manifesto aconteceu na quinta-feira à noite e está já em fase de construção “uma estratégia e um programa comum para as legislativas de 2015”.

Ricardo Alves, dirigente do Livre, confirmou ao PÚBLICO esta reunião, da qual não saiu uma decisão quanto ao formato que esta convergência pode assumir. “Há um diagnóstico muito próximo da situação política e o horizonte de diálogo são as legislativas de 2015, pelo que vamos continuar a ter reuniões regulares”, confirmou o membro do grupo de contacto do partido. Questionado sobre o modelo de actuação, Ricardo Alves adiantou que “ainda não está decidido”.

Inserida nesta lógica de encontros à esquerda, delegações do Livre e do PCP estiveram reunidas já esta terça-feira de manhã, apesar do encontro não ter sido divulgado formalmente pelos partidos. Apenas no site do Livre é possível aceder a uma informação de agenda. Nesta reunião, que decorreu num “ambiente de cordialidade”, Livre e PCP chegaram a “convergências pontuais em casos concretos”, nomeadamente sobre a necessidade de “campanhas públicas” contra a austeridade ou a revisão da lei eleitoral. Mas cada um tem "um programa próprio".

O próximo encontro está já marcado com o Partido pelos Animais e pela Natureza (PAN) para 19 de Agosto. Mas o maior desafio está reservado para Setembro, mês em que serão endereçados convites quer ao PS, quer ao Bloco.

Rui Tavares nunca militou no BE, ao contrário de Ana Drago e Daniel Oliveira, mas o fundador do Livre foi eleito ao Parlamento Europeu na lista dos bloquistas, em 2009, com quem rompeu dois anos depois. Agora, o Livre quer chamar também o BE a esta ronda pela esquerda, convite que deverá ser endereçado ao partido liderado por João Semedo e Catarina Martins já em Setembro. Questionado sobre o assunto, Semedo disse ao PÚBLICO que só se pronunciará sobre um convite em concreto, recusando comentar possibilidades. "Não fomos contactados para qualquer reunião. Só me pronuncio sobre convites que nos fazem", afirmou.