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Debate sobre futuro da Escócia sem vencedor claro

A seis meses do referendo, primeiro-ministro escocês e líder da campanha pelo "não" à independência protagonizaram uma discussão acesa.

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Darling acusou Salmond de não ter um plano B para o caso de Londres recusar partilhar com a libra com uma Escócia independente Peter Devlin/STV/Reuters

Antes do frente-a-frente televisivo em Glasgow, a televisão escocesa divulgou novos números que apontam um ligeiro aumento dos que apoiam a cisão com Londres (40%, mais quatro pontos do que num anterior estudo, ainda distante dos 54% que pensam votar “não”).

Mas um inquérito para o jornal Guardian conduzido logo após o debate atribuía a melhor prestação a Alistair Darling, antigo ministro das Finanças britânico e líder da campanha para manter a Escócia dentro do Reino Unido (56% contra 44% favoráveis a Salmond).

À imagem da já longa campanha, a discussão, que tinha como principal alvo os muitos indecisos, centrou-se nas perspectivas económicas de uma Escócia independente.

“O meu argumento é simples: ninguém, absolutamente ninguém, governará melhor a Escócia do que as pessoas que cá vivem e trabalham”, afirmou Salmond, lamentando que dinheiro dos contribuintes escoceses seja gasto de forma alheia à sua vontade, como é o caso dos submarinos nucleares fundeados na região quando, só na área de Glasgow, há 35 bancos de apoio alimentar.

Assegurou também que, apesar das dúvidas repetidas pelo “não”, a Escócia tem condições para ser uma nação próspera, sublinhando que 12 dos actuais 28 membros da UE “têm o mesmo tamanho ou são mais pequenos” e “poucos dispõe dos seus recursos naturais e humanos”.

Mas Darling foi incisivo e, uma e outra vez, quis saber qual o plano B de Salmond para o caso de, como ameaça o Governo britânico, Londres não aceitar partilhar a libra com uma Escócia independente. O líder independentista respondeu que a moeda pertence tanto a Edimburgo como a Londres, mas Darling afirmou que os eleitores têm de obter respostas antes de 18 de Setembro.

“Se decidirmos sair não há volta atrás. Não há segunda hipótese”, alertou o ex-ministro das Finanças, dizendo que a Escócia deve “usar a força do Reino Unido para se tornar mais forte”.

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