Manuel Tavares deixa a direcção do Jornal de Notícias
Alfredo Leite, até aqui director adjunto será director interino até Setembro. Director adjunto Fernando Santos também sai. É a primeira mudança de direcção editorial desde que novo investidor angolano entrou no grupo.
Alfredo Leite, que preferiu não prestar declarações, deverá dirigir interinamente o JN até Setembro, juntamente com os subdirectores Jorge Fiel e Paulo Ferreira. Nessa altura, deverão ser feitas alterações na composição da direcção apurou o PÚBLICO. Para já, o grupo “manifesta a sua total confiança no novo director interino e na sua equipa editorial para prosseguir com o seu trabalho de forma profissional e independente”.
Esta é a primeira mudança editorial num dos títulos do grupo desde que a nova administração tomou posse em Março deste ano, após a entrada do investidor angolano António Mosquito e do empresário português Luís Montez no capital do social do grupo.
O PÚBLICO tentou, sem sucesso, contactar Manuel Tavares. Numa nota publicada entretanto no site do JN, o jornalista diz que chegou “ao fim a missão” de que foi incumbido há três anos: “Garantir que o JN conseguiria sair do furacão da crise no grupo restrito das marcas com passado, presente e…futuro”. Na nota, Tavares sublinha ter “revalorizado o perfil fundador do JN: um jornal popular, de qualidade e orgulhoso das suas raízes”.
“Caro leitor, foram três anos de tempestades financeiras, económicas e sociais que atravessamos de mãos dadas, confiando nos valores de rigor e idoneidade com que o nosso JN nos mantém informados há 126 anos. E conseguimos, tanto na tradicional versão em papel como nas novíssimas em digital e online.Com notícias. Como sempre”, acrescentou ainda.
Num comunicado à redacção do JN, Manuel Tavares diz ainda que dediciu "dar um novo caminho" à sua "vida profissional" após 17 anos como Director de O JOGO e três do JN. "Termino esta missão convencido de que o foco editorial e o rigor orçamental foram decisivos para manter o JN como marca respeitada no mercado da comunicação social e empresa âncora do Grupo Controlinveste”, referiu ainda.
A administração da Controlinveste garante que foi Manuel Tavares quem solicitou a saída. “A administração da Controlinveste informa que aceitou o pedido do antigo director Manuel Tavares para a cessação da sua colaboração com o grupo”. Várias fontes na empresa garantiram, porém, ao PÚBLICO que este processo já se arrastava há algum tempo e que só agora foi possível à administração chegar a acordo com o jornalista.
Com Manuel Tavares sai também o até aqui director-adjunto, Fernando Santos. Segundo apurou o PÚBLICO, cessou funções e deverá reformar-se.
No comunicado interno, o grupo aproveita para agradecer aos dois jornalistas. “A administração expressa os mais sinceros agradecimentos pelo seu [Manuel Tavares] profissionalismo, lealdade e empenho, primeiro como Director do Jornal O Jogo e nos últimos três anos como Director do JN, desejando-lhe todo o sucesso pessoal e profissional no futuro”, refere ainda a empresa também proprietária do DN, TSF, O JOGO e do Açoriano Oriental.