Sucessão de tréguas e ataques em Gaza

Exército israelita anunciou que vai retomar as operações aéreas. Hamas concorda com suspensão das hostilidades, Israel diz que o movimento violou a sua própria trégua.

Vários bairros foram totalmente destruídos com as ofensivas das últimas semanas
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Vários bairros foram totalmente destruídos com as ofensivas das últimas semanas FINBARR O'REILLY/REUTERS
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Crianças palestinianas escondidas numa loja na cidade de Gaza MOHAMMED ABED/AFP
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Soldados israelitas descansam durante o cessar-fogo Ronen Zvulun/Reuters
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Em Jabalia, a norte de Gaza, crianças enchem garrafões com água potável MAHMUD HAMS/AFP
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Soldado israelita ajeita o lenço durante o intervalo do cessar-fogo Ronen Zvulun/Reuters
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Familiares choram uma vítima palestiniana, encontrada nos escombros durante o período de tréguas MAHMUD HAMS/AFP

“Todo o dia ambos os lados pediram tréguas e rejeitaram-nas. Todo o dia os mísseis caíram e os rockets voaram”, resumia no Twitter Nick Casey, jornalista do Wall Street Journal, em Gaza.

As últimas horas 24 horas foram assim na Faixa de Gaza. Depois de uma trégua que se manteve durante a maior parte do dia de sábado, foram disparados rockets contra Israel. Os primeiros poderiam ter sido um erro, ou lançados por outros movimentos. Mas caíram mais, e este domingo de manhã, o Estado hebraico anunciava que voltava a ofensiva aérea.

O Hamas, que tinha rejeitado um prolongamento da trégua, acabou por o aceitar. Israel disse que o movimento “não aceitou sequer a sua própria trégua”. “Estão a continuar a disparar contra nós neste momento”, comentou o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, à emissora norte-americana CNN. Mas não disse directamente se Israel aceitava a trégua ou não.

Enquanto isso, continuavam os disparos e as mortes. Vários soldados israelitas morreram, vários palestinianos também. Um soldado que morreu na madrugada de domingo foi atingido “por um morteiro disparado da Faixa de Gaza e que atingiu território israelita”, depois de Israel ter aceitado a trégua. Nessa altura a proposta foi rejeitada pelo Hamas, que insistia na saída das tropas israelitas do território, enquanto Israel não abdicava de continuar, para destruir os túneis.

O exército israelita começou a contar rockets - pelo menos cinco terão atingido Israel, nas regiões de Ashdod e de Ashkelon, que ficam a Sul. Outros dois terão sido interceptados na zona Centro do país pelo sistema antimísseis. A dada altura, anunciaram o recomeço das operações aéreas em resposta aos “lançamentos incessantes de rockets pelo Hamas.

Entretanto, o Hamas que umas horas antes garantia que qualquer trégua tinha de ser precedida pela saída de Israel, mudou de tom e declarou que aceitava o pedido da ONU de cessar-fogo.

O jornalista Avi Issacharoff escrevia no Times of Israel que este foi o primeiro sinal de fraqueza do Hamas durante a guerra. Para o analista de questões militares, esta não é a bandeira branca. Mas é o primeiro sinal de que o movimento começa a ceder à pressão criada por uma enorme operação em Gaza e pela falta de uma vitória concreta.

Depois de um começo de dia violento, com estrondos de explosões, jornalistas no local diziam que a situação no terreno parecia mais calma, levando a crer que estava a haver uma espécie de trégua informal.

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