Estradas de Portugal deixou cair ligação da EN 125 a Albufeira, Vilamoura e Quarteira

O programa de requalificação da “estrada da morte”, diz o presidente da câmara de Loulé, é apenas “uma operação de cosmética” que não resolve os problemas da sinistralidade.

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O acordo assegura a requalificação da EN125 entre Vila do Bispo e Olhão Miguel Manso

O autarca de Loulé, em conferência de imprensa realizada nesta quinta-feira, veio dizer que a falta de dinheiro “não pode justificar tudo – a EN 125 vai continuar a ser uma das estradas mais perigosas e a vida das pessoas não têm preço”. O presidente da EP, António Ramalho, anunciou esta semana em Faro que vão ser retomadas, no próximo mês, as obras de construção das variantes a Faro, Almancil e Lagos. Quanto ao resto do projecto de melhoria da EN 125, anunciado quando foram introduzidas portagens na Via do Infante, fica adiado ou desaparece em definitivo. “Aquilo que era decente fazer era honrar o compromisso e retirar de imediato as portagens da Via da Infante”, diz o autarca, lembrando o “perigo” que representa circular numa via esburacada, insegura, ladeada de stands de automóveis, casas de comércio e habitações.

“Não se pode confiar nas Estradas de Portugal”
A conclusão da construção da variante norte à cidade de Loulé, ligando Boliqueime a São Brás de Alportel e Tavira, é uma das obras já não faz parte do mapa dos investimentos da requalificação da EN 125. Quem circula por esta via, afirmou o autarca, depara-se com uma estranha situação. “Chega-se a determinado ponto r acaba-se a estrada. Em frente fica uma horta”. Resta concluir 1,7 quilómetros desta via, inaugurada em Julho de 2010. Em Albufeira repete-se o cenário. A estrada de acesso directo da A22 parou quando estava na fase de terraplanagem,e não está previsto que venha a ser concluída. A difícil situação financeira do país não pode ser justificação para tudo“, diz Aleixo.

Do conjunto de obras previstas no programa de requalificação, apresentado em 2008, com um orçamento previsto de 151 milhões de euros, “restam obras de cosmética e mesmo essas não se sabe quando terão início”, sublinha. Pelo que está à vista, diz Aleixo, “não se pode confiar nas Estradas de Portugal”.

No que diz respeito ao contrato celebrado entre a EP e a empresa Rotas do Algarve Litoral (RAL), estava previsto que a subconcessionária construísse seis novas variantes, 69 rotundas e requalificasse 280 quilómetros de estradas. No entanto, a renegociação entre as duas entidades levou a que o troço entre Olhão e Vila Real de Stº António regressasse à gestão directa da EP, estando prevista uma verba de 14 milhões de euros para fazer a requalificação. “Aguarda visto do Tribunal de Contas”, justificou António Ramalho, embora tenha adiantado que o programa de investimentos ainda não foi submetido ao tribunal. “Os presidentes de câmara vão estar muito atentos”, advertiu Vítor Aleixo, acrescentando que “os números que foram apresentados aos autarcas são muito opacos – fala-se num montante de 678 milhões de euros que vão ser pagos até 2024 e a dúvida que nos assalta é se este valor tão alto não será para pagar indemnizações ao concessionário”. Em nome da transparência, sublinhou, “impõe-se um esclarecimento das Estradas de Portugal”.

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