Combates em Lugansk fizeram 250 mortos em menos de dois meses

Missão da OSCE confirma que teve um "acesso muito limitado" à área onde se contra a maioria dos destroços do avião da Malaysia Airlines.

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Os combates prosseguem em algumas zonas de Donetsk e Lugansk, no Leste da Ucrânia ALEXANDER KHUDOTEPLI/AFP

A informação foi recolhida no terreno pelos membros da Missão Especial de Observação da OSCE, que se deslocaram ao centro da cidade de Lugansk na quinta-feira, onde falaram com quatro médicos.

"Os médicos disseram que só em Junho e Julho foram mortas 250 pessoas e 850 ficaram feridas na região de Lugansk. Disseram também que no dia 16 de Julho [quarta-feira passada] três pessoas foram mortas e 30 ficaram feridas na cidade de Lugansk", lê-se no comunicado da OSCE, publicado no sábado, mas relativo a informações recolhidas até ao fim da tarde de sexta-feira.

Este último balanço (três mortos e 30 feridos no dia 16) "não inclui os civis mortos nas imediações de zonas de combate fora da cidade e vítimas entre os combatentes", salientaram os médicos de Lugansk. Os mesmos profissionais dizem também que "há cada vez mais pessoas mortas por engenhos armadilhados e minas".

Apesar dos apelos a um cessar-fogo que permita a realização de uma investigação independente à causa da queda do voo MH17, a OSCE verificou no terreno que a situação em algumas zonas das províncias de Lugansk e Donetsk "continua tensa, com combates em curso à volta da cidade de Lugansk".

A missão da OSCE confirmou também que viu "muito limitado" o seu acesso aos destroços do avião, perto da cidade de Hrabove, 79 quilómetros a Leste de Donetsk, uma área controlada pelos combatentes separatistas (rebeldes pró-russos que lutam no Leste da Ucrânia contra o Exército ucraniano pela independência das províncias de Donetsk e Lugansk desde o início de Abril).

"Havia corpos na área, sinalizados, mas expostos aos elementos. Não foi observado qualquer processo de recolha de destroços. Alguns dos combatentes da 'República Popular de Donetsk' [as aspas estão no comunicado da OSCE] estavam visivelmente bêbedos e agressivos", relataram os membros da missão de observação.

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