O americano (de origem judaica-russa e nascido em França a 6 de Março de 1930) teve uma prestigiada carreira como maestro – foi também violinista e compositor, autor de uma ópera, 1984, baseada no livro de George Orwell.
De um vasto curriculum, destacam-se factos como o de ter sido o primeiro americano a dirigir em Bayreuth, e uma impressionante lista de importantes formações de que foi director titular: a Deutsche Symponhie-Orchester de Berlim, as orquestras de Cleveland, Pittsburgh, da Rádio da Baviera ou a Filarmónica de Nova Iorque (o primeiro americano nesse cargo depois de Leonard Bernstein), ou a Ópera de Viena, elenco suficientemente expressivo da sua reputação.
Deixa ele grandes marcas interpretativas? Nesse ponto a resposta dificilmente poderia ser afirmativa, não fossem um ou outro caso pontual de indiscutível relevo, como a sua maravilhosa gravação das duas óperas de Ravel, L'Heure Espagnole e L'Enfant et les Sortilèges, ou da Sinfonia Lírica de Zemlinsky.
Mas em concerto Maazel era um maestro imprevisível, e também podia acontecer extravasar a rotina e ser empolgante – foi o caso de uma transcendente interpretação do Requiem de Verdi em Lisboa, poucas semanas antes do 25 de Abril, que deixou o público do Coliseu sem fôlego até à explosão de aplausos no final – 40 anos depois essa memória permanece vibrante.