Chegaram e partiram tudo. “A Buraka é dona do terreno”, gritava o público que se acumulou à frente do palco NOS para curtir a batida dos portugueses Buraka Som Sistema. Com a experiência de quem tem pisado centenas de palcos lá fora, os Buraka mostraram-se felizes por regressar a casa e o público também. “Lisboa é a melhor cidade do mundo”, afirmou Kalaf, conseguindo fazer com que a frase não soasse a cliché.
A abrir a festa com “Hangover (Bababa)”, Conductor e Kalaf, enquanto mestres de cerimónias, guiaram o espectáculo e a provocadora Blaya mostrou o que de melhor sabe fazer. O público estava com vontade de dançar e tinha os refrães na ponta da língua — "Komba", "Candonga" e "Sound Of Love" foram alguns dos sons que mais fizeram o público vibrar. Especial destaque para “Parede”, um dos singles do mais recente álbum do grupo — “Buraka” — que deu a oportunidade a Blaya de impressionar (ainda mais) o público com os movimentos que tão bem domina (e ensina).
“Stoopid” e “Toque” foram outros dos temas do recém-lançado disco aclamado pela crítica e houve ainda tempo para a habitual subida ao palco de uma legião de miúdas que tentava acompanhar o ritmo de Blaya.
Mais do que um concerto, o momento dos Buraka no Alive, foi um verdadeiro espectáculo. Com oito anos de experiência e quatro álbuns lançados, o grupo confirmou que não falha em palco deixando o público, já depois da 1h, absolutamente acordado.
Os norte-americanos The Black Keys tinham pisado o mesmo palco horas antes num concerto de uma hora e meia de rock, um dos mais vistos da noite. Dan Auerbach sabe como liderar uma banda e o duo, que lançou este ano o seu oitavo álbum de estúdio, prendeu a audiência à sua música com muitos temas do disco lançado em 2011, “El Camino”, contando com a presença de mais dois músicos. “Thank you for hanging out with us tonight”, agradeceu Auerbach. O público estava agradecido por poder também cantar temas como “Gold On The Ceiling” ou “Lonely Boy”. Um concerto bem conseguido, o segundo da banda em Portugal depois de se terem estreado no Pavilhão Atlântico em 2012.
Muito menos estimulante foi a presença dos norte-americanos MGMT no festival. Se é certo que a música de Andrew VanWyngarden e Ben Goldwasser tem muita qualidade, a verdade é que a banda em palco não foi mais forte do que o disco a rodar em casa… Talvez se VanWyngarden tivesse aberto os olhos durante o concerto qualquer coisa tivesse sido diferente. Nem sempre os alteradores de consciência têm efeitos positivos e o momento dos MGMT no festival foi a prova disso mesmo. Não há como não gostar de ouvir “Kids” ou “Time To Pretend”, mas as expectativas para a actuação da banda não foram, para muitos, superadas.
Por outro lado, no Palco Clubbing, Thomas Mackenzie Bell, mais conhecido por Toddla T fazia a festa. O DJ britânico conseguiu ter o espaço bem composto apesar de a sua actuação coincidir com a dos menos energéticos MGMT.
A merecer também destaque, a actuação do britânico Sam Smith que encheu o palco Heineken. O músico tocou originais seus mas deixou a audiência eufórica quando apresentou uma cover dos cabeças de cartaz da noite anterior, Arctic Monkeys. Goste-se ou não do estilo de Smith é impossível não reconhecer a sua poderosa voz que se expressa tanto nas baladas como em sons que deixam o público dançar.
Antes do canadiano Caribou a fechar a noite, o espaço do palco Heineken esteve cheio para ouvir SBTRKT, o projecto electrónico de Aaron Jerome. A abrir com “Wildfire”, Jerome, atrás da máscara, já sabe que o público português o recebe bem — o artista tinha estado há dois anos neste festival e a recepção fora igualmente calorosa.
O último dia do festival acontece hoje com os The Libertines como cabeça de cartaz. Mas a vontade de ouvir Chet Faker, Unknow Mortal Orchestra e Foster The People é ainda maior.
Artigo actualizado às 13h47 de 13 de Julho.
Foi corrigido o nome de uma música dos Buraka Som Sistema.