Líder da “máfia dos bilhetes” detido no Rio de Janeiro

Homem é director de uma empresa parceira da FIFA, que tem entre os seus accionistas companhia dirigida por sobrinho de Blatter.

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Ray Whelan detido pela polícia Reuters
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Aparato policial à porta do Copacabana Palace AFP

Whelan, de 64 anos, é suspeito de ser o líder de uma rede de venda ilegal de bilhetes, já apelidada de “máfia dos bilhetes”, sendo acusado de lavagem de dinheiro, associação criminosa e comércio ilegal.

As autoridades brasileiras dizem que Whelan tem ligações ao argelino naturalizado francês Mohamadou Lamine Fofana, detido na semana passada, juntamente com mais dez pessoas, por causa da venda ilegal de bilhetes.

No hotel, onde estão alojados os dirigentes da FIFA, foram apreendidos telemóveis, dinheiro, um computador, bilhetes para a final e vários documentos.

Segundo o El País, a polícia considera que Whelan e Fofana montaram um esquema de venda ilegal de bilhetes, capaz de render lucros superiores a dois milhões de reais (640 mil euros) por jogo. A rede será formada por 30 pessoas e operava de quatro em quatro anos. “O lucro era tão alto que podem esperar de um Mundial a outro”, disse Fábio Barucke, chefe da esquadra 18 do Rio de Janeiro, citado pelo mesmo jornal espanhol.

A imprensa brasileira tinha nos últimos dias feito referências à implicação de um responsável da FIFA nesta "máfia dos bilhetes", mas afinal o homem em causa não pertence à FIFA. O que não quer dizer que esteja completamente desligado do organismo que gere o futebol mundial.

A Match Services é a empresa em quem a FIFA delegou os serviços de venda de bilhetes, alojamento e serviços tecnológicos para o Mundial 2014, tal como já tinha feito no Mundial 2010 e nas Taças das Confederações de 2009 e 2010.

A Match Services e a Match Hospitality (uma empresa-gémea) têm entre os seus accionistas a Infront Sports & Media, uma companhia cujo presidente executivo é Philippe Blatter, sobrinho do presidente da FIFA.

Joseph Blatter não quis comentar o caso (“vamos falar só de futebol”, disse citado pelo jornal O Globo) e a FIFA emitiu um comunicado, mostrando-se disponível para colaboração com a investigação, que as autoridades brasileiras apelidaram de “Operação Jules Rimet”.

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