UGT disponível para consensos e contra soluções radicais
Secretário-geral da central sindical reage à reunião do Conselho de Estado afirmando que não se demite da responsabilidade de encontrar soluções para o país.
O país é constituído por “todos”, pelo que, “não é com soluções radicais, extremistas e agitadoras que se resolvem os problemas de Portugal”, disse.
Segundo Carlos Silva, o que o país necessita é de “políticas em que os contributos de cada um sejam respeitados, numa atitude negocial, dialogante, de concertação”.
“Temos todos que fazer parte da solução. Como dizia o Presidente da República, no final do Conselho de Estado, parceiros sociais, partidos políticos e todos aqueles que participam na vida pública. A UGT não se demite dessa responsabilidade”, afiançou.
Questionado sobre o Conselho de Estado realizado esta quinta-feira, no Palácio de Belém, em Lisboa, o secretário-geral da UGT falava aos jornalistas em Évora, à margem de uma visita às instalações do Centro de Emprego e Formação Profissional local.
O Conselho de Estado exortou “todas as forças políticas e sociais” a preservarem “pontes de diálogo construtivo” e a empenharem “os seus melhores esforços na obtenção de entendimentos quanto aos objetivos nacionais permanentes”.
A reunião do órgão político de consulta do Presidente da República tinha como ordem de trabalhos a “situação económica, social e política face à conclusão do programa de ajustamento e ao acordo de parceria 2014-2020 entre Portugal e a União Europeia para os fundos estruturais.
Segundo Carlos Silva, esta foi a “primeira vez” que ouviu, “de uma forma tão clara e tão assertiva, esta abordagem aos parceiros sociais e aos partidos políticos”.
“Realmente, em termos de partidos, tem havido uma certa crispação na vida política portuguesa”, admitiu, frisando, contudo, que, “da parte dos seis parceiros sociais, há uma grande disponibilidade para que se promovam consensos”.
“Não posso falar pelos outros, mas posso falar pela UGT. O facto de estarmos aqui [Centro de Emprego e Formação Profissional de Évora] hoje é também uma prova da nossa intervenção, da nossa disponibilidade para, com o Governo e as entidades empresariais, procurarmos soluções que sirvam o país”, argumentou.
Na concertação social, com o Governo e restantes parceiros, “é possível construir soluções”, insistiu o líder da UGT, acrescentando: “Oxalá os partidos estejam imbuídos do mesmo espírito”.