PJ já deteve 20 pessoas este ano por incêndio florestal

Detenções triplicaram em relação a igual período do ano passado, quando foram detidas seis pessoas. Em seis meses, já se registaram mais de 2700 ocorrências de fogo.

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Em 2013, os incêndios florestais provocaram nove mortos, oito bombeiros e um autarca DR

Segundo a Polícia Judiciária (PJ), nos primeiros seis meses do ano foram efectuadas 20 detenções pelo crime de incêndio florestal, tendo o maior número ocorrido na directoria do Centro (cinco) e na Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real e Departamento de Investigação Criminal de Aveiro (quatro em cada um).

Os dados adiantam que as detenções, entre Janeiro e Junho deste ano, mais do que triplicaram em relação a igual período de 2013, quando a PJ deteve seis pessoas.

Na segunda-feira, termina a fase "Bravo" de combate a incêndios florestais, que, desde 15 de maio, mobilizou 5.175 operacionais, 1.251 meios terrestes e 34 meios aéreos.

Este ano registaram-se 2.713 ocorrências de fogo, mais 389 do que no mesmo período de 2013, que resultaram em 4.424 hectares de área ardida, um aumento de 48 por cento em relação ao ano passado, segundo o relatório provisório de incêndios florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).

Em 2013, ano em que os incêndios florestais provocaram nove mortes e consumiram a maior área ardida dos últimos oito anos, a Polícia Judiciária deteve um total de 82 pessoas.

A época mais crítica em fogos começa na terça-feira e prolonga-se até 30 de Setembro, estando mobilizados para o combate 29.697 elementos, 2.027 veículos e 49 meios aéreos, além dos 237 postos de vigia da responsabilidade da GNR.

Época mais crítica começa terça-feira com mais meios

A época mais crítica em incêndios florestais começa na terça-feira e o dispositivo de combate é reforçado este ano com mais 250 bombeiros e quatro meios aéreos em relação a 2013.

Durante a fase "Charlie" de combate a incêndios florestais, que decorre entre 01 de Julho e 30 de Setembro, vão estar operacionais 2.220 equipas das diferentes forças envolvidas, 9.697 elementos, 2.027 veículos e 49 meios aéreos, além dos 237 postos de vigia da responsabilidade da GNR, segundo o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF).

O dispositivo de combate a incêndios florestais terá este ano um custo de 85 milhões de euros, mais 14 milhões de euros do que em 2013.

As corporações de bombeiros foram também reforçadas com 2.600 rádios SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), além de terem sido beneficiadas com aumentos nas comparticipações do combustível e nos veículos perdidos em combate.

Os operacionais que vão estar no terreno receberam um guia de bolsa, no qual constam as informações básicas de segurança.

O Ministério da Administração Interna e a Autoridade Nacional de Protecção Civil já afirmaram, várias vezes, que o principal objectivo durante a época de fogos é a segurança" dos elementos envolvidos no combate e só, depois, a área ardida.

Em 2013, os incêndios florestais provocaram nove mortos, oito bombeiros e um autarca, e consumiram mais de 145 mil hectares, a maior área ardida dos últimos oito anos.

Devido a estas consequências, a apólice dos seguros que cobre a actividade dos bombeiros vai ser reforçada este verão, com aumentos de 11 por cento das indemnizações em caso de morte ou invalidez e 400 por cento em tratamentos, além do aumento de acções de formação e treino operacional.

Cerca de 5.000 operacionais receberam formação. A fase "Charlie" de combate a incêndios florestais sucede à "Bravo", que termina na segunda-feira, e mobilizou, desde 15 de maio, 5.175 operacionais, 1.251 meios terrestes e 34 meios aéreos.

O relatório provisório de incêndios florestais do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) indica que, entre 1 de Janeiro e 15 de Junho, registaram-se 2.713 ocorrências de fogo, mais 389 do que no mesmo período de 2013, que resultaram em 4.424 hectares de área ardida, um aumento de 48 por cento em relação ao ano passado.

Os distritos com maior área ardida este ano são a Guarda (871 hectares), Viana do Castelo (811 hectares) e Braga (645 hectares), enquanto o maior número de ocorrências registou-se no distrito do Porto (539), seguido de Braga (314) e Vila Real (273). Maio foi o mês com maior número de incêndios, com 1.150 fogos, que provocaram 1.489 hectares de área ardida.

O relatório adianta ainda que se registraram cinco grandes incêndios este ano, que consumiram 1.105 hectares de espaços florestais, 25 por cento do total da área ardida até 15 de Junho. O maior incêndio deste ano ocorreu no dia 15 de Junho em Portimão, distrito de Faro, e consumiu cerca de 384 hectares de floresta.