Um carro à distância de uma aplicação

O sistema, que conta com 40 veículos disponíveis, encontra-se ainda numa versão piloto até Setembro.

Uma nova alternativa para as deslocações do dia-a-dia
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Uma nova alternativa para as deslocações do dia-a-dia Rui Gaudêncio
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De acordo com João Félix, CEO da start-up Mobiag, a ideia de criar um sistema de carsharing surgiu em 2009 quando chegaram à conclusão que os sistemas de aluguer de carros existentes “não correspondiam à necessidade das pessoas”, uma vez que os utilizadores tinham de deslocar-se a um determinado ponto, proceder a requisição do carro e devolvê-lo no mesmo local. Por isso, decidiram desenvolver “um sistema mais funcional” e “mais próximo do carro próprio”, através do qual a viagem terminasse quando o utilizador chegasse ao seu destino.

Todavia, para concretizarem este sistema necessitavam, de acordo com o CEO da Mobiag, de um “grande número de carros” e consequentemente de “muitos fundos” através dos quais pudessem suportar as operações até o projecto ter rentabilidade financeira. Para ultrapassarem esta barreira, decidiram “alancar tecnologia” e aplicar o modelo de roaming ao carsharing, associando gestores de clientes e gestores de frotas de veículos ao sistema, que “competem ao nível dos clientes, mas que colaboram ao nível da infra-estrutura”. 

“O sistema de carsharing em rede funciona como um multibanco, nós podemos levantar dinheiro em qualquer caixa ATM, independentemente do banco a que pertencemos e, neste caso, o utilizador poderá ter acesso a qualquer veículo do sistema independentemente da empresa de gestão de clientes a que se associou”, explicou João Félix. 

O sistema, que conta com 40 veículos disponíveis, encontra-se ainda numa versão piloto até Setembro, mês em que existirá um alargamento do sistema. O CEO da Mobiag prevê que até ao final do ano, o projecto tenha associado “cerca de 100 carros e 5000 clientes”.

Para quem pretenda experimentar o serviço, o procedimento é simples: basta registar-se, gratuitamente durante a fase-piloto, na plataforma do projecto e depois realizar todo o processo a partir do smartphone. Quem não tem smartphone poderá reservar o carro através do computador e, antecipadamente, solicitar na plataforma o envio de um cartão magnético para abrir as portas do carro, dentro do qual estarão as chaves. 

Durante a fase piloto, apesar de o utilizador poder utilizar o carro fora de Lisboa, tem sempre de iniciar e terminar a viagem na capital, preferencialmente numa área pré-definida entre o Chiado e o Campo Grande, de forma a evitar o pagamento de custos adicionais.  A necessidade de marcação desta zona, durante a primeira fase do projecto, surgiu, segundo João Félix, devido ao número reduzido de veículos disponíveis, sendo esta uma forma da Mobiag conseguir “garantir que dentro desta área existirão sempre veículos disponíveis”, mas também porque esta é uma zona com uma “grande densidade de empresas”, um target considerado “fundamental” para o sucesso do projecto.

A utilização deste serviço tem um custo de utilização de 29 cêntimos por minuto; 9,90€ por hora, com a possibilidade percorrer 20 quilómetros; 29€90 por cada quatro horas, numa distância de 100 quilómetros e 69,90€ por um dia inteiro, no qual estão contemplados 200 quilómetros. A partir das referidas distâncias acresce um custo extra por quilómetro. 

Apesar de o serviço permitir o aluguer de veículos por várias horas, João Félix sublinhou que a empresa pretende “sobretudo apostar em viagens mais curtas, dentro da cidade, com muita rotação entre clientes”. “Só temos 40 veículos, se a maioria dos nossos clientes utilizasse o serviço para viagens de um dia inteiro, a qualidade do serviço decrescia significativamente”, explicou o CEO da Mobiag.

De acordo com o responsável da start-up nacional, “os transportes públicos não são um competidor do projecto”, uma vez que o carsharing só funciona bem “numa cidade onde exista uma boa rede de transportes”, a qual pode servir de “complemento”.

“Os nossos clientes alvo são, sobretudo, as pessoas que vêm de transportes públicos para Lisboa, mas que na cidade necessitam de um carro e que neste momento não têm nenhuma alternativa a não ser trazer o seu próprio veículo, bem como as pessoas que já perceberam que não lhes compensa ter carro próprio e que, no entanto, necessitam pontualmente de um veículo”, adiantou João Félix.

Apesar de Lisboa ter sido a escolha para a inauguração do projecto, o CEO da Mobiag sublinhou que o objectivo é “expandi-lo a nível nacional”, nomeadamente para o Porto, mas também a nível internacional. João Félix assegurou que a Mobiag pretende entrar com o projecto, ainda este ano, nas cidades de Madrid, Barcelona, Sevilha e Salamanca e, posteriormente, no norte da Europa e na América do Sul.

Texto editado por Ana Fernandes

 

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