Vulnerabilidade e privacidade são as palavras-chave de x.pose. De acordo com Xuedi Chen, desginer responsável por este projecto, a única maneira de uma pessoa não se expor, é desligar-se da Internet. Por isso, concebeu um corpete escultural que, através de uma ligação ao telemóvel, vai revelando a pele do utilizador, conforme a troca de dados entre este e o mundo online.
Assim, quanto mais o indivíduo expõe a sua privacidade, mais o x.pose exibe o seu corpo, uma vez que, de acordo com conceito do projecto, “no domínio do digital, estamos sempre nus”.
O corpete é feito de uma malha preta e de uma outra camada de material que é opaco quando inactivo, mas que se torna transparente quando em contacto com energia eléctrica. Esta energia é transmitida em tempo real para o telemóvel através de uma app que cruza os dados do utilizador com sites como o Google, o Twitter e o Facebook. A ligação entre os dois componentes é feita via Bluetooth. Por isso, a única maneira de manter a opacidade máxima do corpete é desligar o telemóvel.
O x.pose resultou da tese de Xuedi Chen para o mestrado em Telecomunicações Interactivas na Universidade de Nova Iorque. O projecto surgiu da ideia de que esta geração é simultaneamente obcecada com publicidade e privacidade: expomo-nos como nunca antes, ao mesmo tempo que exigimos que a nossa intimidade seja respeitada e protegida.
Por enquanto, o x.pose funciona apenas em Nova Iorque, devido a restrições no GPS. Contudo, Chen espera expandir o conceito a galerias de arte e continuar a desenvolver o modelo, concebido exclusivamente para mulher.
Texto editado por Luís Octávio Costa