Incidentes na distrital do PS-Braga entre apoiantes de Seguro e de Costa

Braga é a sétima federação a pedir congresso e directas. Apoiantes de Seguro saíram quase todos da reunião, em protesto contra a votação que não constava da agenda. E houve ânimos exaltados no fim.

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Joaquim Barreto nega ter protagonizado qualquer tentativa de agressão Hugo Delgado

Apoiante de Seguro, Carlos Mendes, que trabalha no PS há vários anos, disse ao PÚBLICO que Joaquim Barreto o questionou “de forma exaltada” sobre várias coisas, desde o funcionamento da distrital à forma como são feitas as substituições nas reuniões e que o ameaçou “não só fisicamente, mas também verbalmente, dizendo que seria despedido”.

Militante desde os 18 anos, o funcionário devolveu as acusações, criticando o antigo presidente da Câmara de Cabeceiras de Basto de “andar a fazer pressões junto de outros presidentes de concelhia, de vereadores e de militantes, tentando influenciá-los”. “Na sequência destas acusações, Joaquim Barreto avançou para o confronto físico, tentando apertar-me o pescoço”, relata o funcionário, que se afastou do hall de entrada da federação para o gabinete administrativo.

Ainda segundo Carlos Mendes, o filho de Joaquim Barreto juntou-se à contenda e também o ameaçou, ao mesmo tempo que dava murros numa mesa.

Ao PÚBLICO, Carlos Mendes revelou que vai apresentar queixa na PSP contra Joaquim Barreto, por “tentativa de agressão e danos morais”. “Há certos limites que foram ultrapassados com a conivência de outras pessoas que assistiram ao incidente”, disse, revelando que, na altura, encontravam-se na federação sete pessoas que assistiram a tudo.

Também ouvido pelo PÚBLICO, Joaquim Barreto negou qualquer tentativa de agressão e garantiu ter várias testemunhas em condições de confirmarem o que estava a dizer. O dirigente concelhio confirma apenas que abordou o funcionário, tendo-o acusando de “andar a passar informações para o exterior, em vez de estar a dar apoio à mesa da comissão política distrital”

Barreto acusa o apoiante de Seguro de “ter impresso um documento que facultou a um militante presente na sala que tinha ver com um post que um outro militante colocara no Facebbok e que era relativo à reunião". O primeiro militante pediu a palavra à mesa para fazer um protesto - relata ainda Joaquim Barreto -, lamentando que “lá fora estivesse a circular informação sobre a reunião que apontava para votação do requerimento sobre a convocação de um congresso extraordinário, quando a votação nem sequer tinha ocorrido”.

Preocupado com a crise que o partido atravessa, o presidente da distrital, Fernando Moniz, lamenta o tom em que a reunião decorreu e censura a “forma arrogante” como os apoiantes de António Costa forçaram a votação do requerimento, que – sublinha – não fazia parte da ordem de trabalhos. ”Participei sempre na política de uma forma genuína e desprendida. O PS que eu defendi não está bem e pode ficar preso de uma doença incurável”, afirma, apelando “aos responsáveis do PS para que saibam assumir as suas responsabilidades”.

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