"Mantemos a greve para dia 12, das 00h às 12h, à excepção dos Sapadores Bombeiros", explica ao PÚBLICO Vítor Reis, do Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML). A paralisação, convocada pelo STML e pelo Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL), deve afectar sobretudo a recolha do lixo esta noite e durante o dia de quinta-feira.

Os turnos afectados serão os das 22h (ainda nesta quarta-feira), 5h30 e 12h30 no caso dos condutores dos carros de limpeza, e o das 23h (na quarta-feira), 6h30 e 13h no caso dos cantoneiros. O turno que entra ao serviço às 22h de quinta-feira já não estará em greve, garantindo assim a limpeza da cidade na noite de Santo António, quando a cidade se enche de arraiais e acolhe milhares de visitantes.

Os sindicatos decidiram cancelar a greve do Regimento dos Sapadores Bombeiros, bem como a paralisação dos trabalhadores da limpeza urbana no sábado e a greve ao trabalho extraordinário entre 13 e 22 Junho.

Segundo Vítor Reis, "houve avanços concretos" na reunião que durante mais de quatro horas juntou à mesma mesa o sindicato e o executivo municipal, nesta terça-feira à tarde. As duas partes concordaram na admissão imediata de 150 cantoneiros de limpeza (125 em regime de prestação de serviços e 25 em regime de contrato de inserção) e na abertura imediata de concurso para a recrutamento de 150 cantoneiros com contrato de trabalho, para integrarem o mapa de pessoal da câmara.

De acordo com o dirigente sindical, a autarquia concordou também em efectuar o pagamento aos trabalhadores acidentados depois de Janeiro de 2013 em horas extraordinárias e o pagamento do excedente de férias dos trabalhadores transferidos para as juntas com férias por gozar.

As exigências feitas pelos Sapadores Bombeiros também foram atendidas pelo executivo de António Costa. Em comunicado, a câmara explica que vai abrir "de imediato" concurso para uma recruta de 50 bombeiros, que serão também integrados no mapa de pessoal do município. A autarquia comprometeu-se ainda a adquirir equipamentos de fardamento, botas e protecção individual para todos os elementos do regimento.

A autarquia sublinha que este desfecho só foi possível graças "ao empenho do município de Lisboa no investimento em recursos humanos e na melhoria das condições de trabalho". "Com espírito de abertura e sustentado numa franca procura do consenso, o município de Lisboa, em reunião com as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores, propôs a implementação de um conjunto de medidas que traduzem um forte investimento nos trabalhadores e nos serviços municipais", lê-se no comunicado.

No entanto, o STML decidiu manter a greve convocada para esta quinta-feira, porque ainda há assuntos pendentes. "Ficou agendada uma reunião [entre a câmara e o sindicato] para dia 30 de Junho, onde vamos calendarizar a entrada de pessoal para os sectores operacionais em défice, no horizonte temporal de quatro anos, e o investimento necessário no material de trabalho", afirma Vítor Reis.