Instituições não podem assumir "todas as responsabilidades" no combate à pobreza
Presidente da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade insiste que o Estado não se pode esquecer do seu papel.
Numa altura em que "o empobrecimento tem sido uma via, infelizmente, irreversível" e que "há cada vez mais gente com mais necessidades" a pedir ajuda, as instituições são "uma verdadeira almofada social, mas não podem responder a tudo", disse Lino Maia, na véspera do Congresso da CNIS "Solidariedade - Novos Caminhos, Valores de Sempre".
"As instituições não se demitem das suas responsabilidades, mas não podem fazer tudo e não chegam a toda a parte, sendo por isso importante que o Estado não se demita das suas obrigações", sustentou.
A "sustentabilidade do sector solidário" vai estar em debate no congresso, que decorre na sexta-feira e no sábado no Porto, um tema que não envolve apenas as instituições de solidariedade social, conforme fez questão de explicar o presidente da CNIS.
"Quando falamos de sustentabilidade não podemos estar a pensar exclusivamente na responsabilidade das instituições, temos de falar também no Estado", que "é o garante da universalidade dos direitos, o definidor das políticas sociais, e cobra impostos para que os direitos sejam assegurados", adiantou. "O Estado é responsável por isso, nós apenas cooperamos com o Estado", acentuou.
"Valores da Solidariedade" e o "Estado Social/Sociedade Solidária" são outros temas que vão estar em debate no congresso. Dados do Eurostat referem que um quarto da população portuguesa encontrava-se em risco de pobreza ou de exclusão social em 2012, situando-se este valor, de 25,3% da população total, em linha com a média da União Europeia, de 24,8%.