Polícia diz que todos os suspeitos de violação na Índia estão detidos
O Governo prometeu que todos os suspeitos deste caso serão julgados com rapidez, ao mesmo tempo que anuncia a criação de um grupo de crise para assegurar que se faz justiça nos casos de violência sexual.
As raparigas, membros de uma casta inferior, foram encontradas enforcadas numa árvore na aldeia de Katra Shahadatgani, no estado do Uttar Pradesh. Tinham saído à rua, para ir à casa de banho, e nunca voltaram para casa – não há rede sanitária em muitas casas desta zona, Badaun.
Apesar de a polícia dizer ter encontrado todos os suspeitos, tinha inicialmente afirmado que havia cinco homens da aldeia sob suspeita – a autópsia relevou que as duas foram vítimas de uma violação em grupo.
Este caso, mais um numa lista de chocantes violações em grupo em diferentes zonas da Índia, está a provocar uma vaga de protestos – a população denuncia o caso como uma descriminação de castas.
O pai de uma das vítimas contou aos jornalistas que foi gozado pela polícia quando se dirigiu à esquadra, pedindo ajuda para encontrar a filha que tinha desaparecido.
Quando o polícia percebeu a que casta a família pertence fez troça do homem e decidiu não actuar – as duas raparigas eram dalitas, a casta na base da pirâmide de um sistema de estratificação social que está proibido desde 1950. Constitucionalmente, as castas estão banidas há mais de 60 anos, mas a discriminação e a violência baseadas neste sistema nunca deixaram de acontecer.
Já tinham passado 12 horas do desaparecimento quando as autoridades decidiram fazer alguma coisa. Os dois agentes detidos foram acusados de negligência no cumprimento do seu dever e de conspiração criminosa.
O Governo prometeu que todos os suspeitos deste caso serão julgados com rapidez, ao mesmo tempo que anuncia ir criar um grupo de crise para assegurar que se faz justiça nos casos de violências sexual.
Há notícias de mais dois casos de violação de grupo de menores no mesmo estado, o Uttar Pradesh, no Norte da Índia, durante esta semana. Num destes casos, a polícia revelou na sexta-feira que o pai do principal suspeito agrediu brutalmente a mãe da alegada vítima, quando esta recusou retirar a queixa.
Para além dos grupos de defesa dos direitos das mulheres e da própria população, as manifestações dos últimos dias também têm contado com activistas que apontam a falta de instalações sanitárias nas áreas rurais como um risco para a segurança das mulheres.