Museu Nacional da Música deverá abrir em 2017 ao público em Mafra
O museu detém “uma das mais ricas colecções da Europa”
“2017 é o nosso objectivo. O levantamento das necessidades de instalação, o projecto de transferência de instrumentos e do programa está a ser desenvolvido, portanto estamos a trabalhar para cumprir esse calendário”, disse Jorge Barreto Xavier, em Mafra, à agência Lusa. O governante admitiu que Mafra foi, entre as localizações, a solução mais viável do ponto de vista financeiro.
“Sem dúvida nenhuma é uma solução melhor do que a de São Bento de Castris, em Évora, que implicava investimentos muito mais elevados”, afirmou o secretário de Estado, que concluiu que o Palácio Nacional de Mafra é “o espaço adequado” para acolher a exposição de instrumentos antigos.
O Museu da Música encontra-se instalado num espaço provisório desde 1994, na estação de Metro do Alto dos Moinhos, disponibilizado pelo Metropolitano de Lisboa. A passagem do acervo para Mafra - cuja data exacta o governante não avançou - significa um regresso ao local que o acolheu, nas décadas de 1980-90, antes da exposição ao público, na estação do Metro de Lisboa.
“As avaliações técnicas feitas, durante os últimos dez anos, indicavam como um dos lugares adequados para o receber”, justificou Jorge Barreto Xavier, que falava em Mafra, nas comemorações do feriado municipal, após a assinatura de um protocolo com a câmara municipal para a cedência ao Estado das instalações exploradas pela autarquia no Palácio Nacional que vão acolher o Museu da Música.
A abertura poderá ocorrer a 17 de Novembro de 2017, data em que se assinala os trezentos anos sobre o lançamento da primeira pedra do monumento. Outubro é a data estimada para a conclusão do projecto de transferência e instalação do museu, altura em que estará em condições de revelar o investimento que vai implicar. A constituição de um espaço museológico dedicado à música remonta ao primeiro ano da República, 1911, tendo o museu ocupado ainda em Lisboa o Conservatório de Lisboa e o palácio da Pimenta, que acolhe o Museu da Cidade.
O Museu da Música detém “uma das mais ricas colecções da Europa”, de acordo com a sua apresentação, contando com cerca de 1400 instrumentos, entre os quais o cravo de Joaquim José Antunes (1758), o cravo de Pascal Taskin (1782), o piano Boisselot, que o compositor e pianista Franz Liszt trouxe a Lisboa, em 1845, e o violoncelo de Antonio Stradivari, que pertenceu ao rei D. Luís.Espólios documentais, acervos fonográficos e iconográficos, como os de Alfredo Keil, autor do Hino Nacional, fazem igualmente parte do Museu da Música.