Jerónimo avisa que europeias não se ganham só com sondagens "simpáticas"
Em comício no Porto, secretário-geral do PCP reitera que o PCP admite apresentar uma moção de censura ao Governo, se a direita sofrer uma derrota pesada neste domingo.
Num comício no Salão Ático do Coliseu do Porto, que encheu por completo, o líder comunista piscou o olho a todos aqueles que, a três dias das eleições, estão ainda hesitantes, afirmando que o voto na CDU é o único voto que dá garantias e confiança.
“Há ainda muito voto para ganhar e muita gente para convencer”, sublinhou o líder comunista, lançando um apelo a todos para darem a sua contribuição, "lá no sítio onde moram, onde trabalham, porque há muita gente a que falta só um bocadinho para vir para a CDU". "A tarefa cumprida só termina com o voto na urna no dia 25”.
Antes João Ferreira fizera uma pelo idêntico à mobilização, “pessoa a pessoa, amigo a amigo, vizinho a vizinho, camarada a camarada, para um grande resultado da CDU nestas eleições". "A força com que a CDU sair destas eleições é a força com que cada português vai ter que defender o seu direito à saúde, à educação, à segurança social e para firmar a dignidade de um país e de um povo que não aceita ser governado a partir de Bruxelas, ou de Berlim ou de Frankfurt, ou seja, de lá onde for”, reforçou.
“É possível crescer, é possível ter mais força não apenas para travar a política que nos vem infernizando a vida, mas também para abrir caminho a outra política alternativa patriótica e de esquerda”, disse João Ferreira, acenando com o “património de intervenção, de luta, de proposta, de percurso" da CDU. "Pela sua coerência, é cada vez a força que é diferente dos que têm sido todos iguais”, proclamou.
Jerónimo de Sousa, pouco antes de entrar para o Coliseu, numa altura em que o PS fazia campanha a poucos metros de distância, reiterou aos jornalistas que o PCP não afasta a possibilidade de apresentar uma moção de censura ao Governo, se os resultados das eleições europeias de domingo expressarem uma derrota do Governo de Pedro Passos Coelho.
“O PCP não tomará uma decisão unilateral em relação a essa matéria. Mas terminadas as eleições, vai avaliar os resultados e, se seconfirmar aquilo que nós consideramos que vai ser uma pesada derrota deste PSD e deste CDS que sustentam o Governo, demonstrando que já nem têm base social de apoio maioritária, nem base política e leitoral, o PCP considera usar todos os instrumentos que tem e designadamente esse [a moção de censura]”, declarou o secretário-geral, no final da arruada na Rua de Santa Catarina, na Baixa portuense, que antecedeu o comício no Coliseu.