Final da Liga dos Campeões poderá não passar nos ecrãs gigantes em Lisboa
A UEFA e a polícia terão desaconselhado a transmissão em directo do jogo nos ecrãs instalados na via pública, por questões de segurança.
“Não sabemos se os adeptos poderão seguir o jogo através dos ecrãs gigantes”, admitiu nesta terça-feira um porta-voz da Câmara de Lisboa, em declarações à agência de notícias espanhola Efe. A mesma fonte afirmou à Efe que os ecrãs estão instalados em zonas reservadas aos adeptos das duas equipas finalistas – o Real Madrid e o Atlético de Madrid – e que, em todo o caso, irão projectar imagens para “animar”. O PÚBLICO questionou a autarquia, mas não obteve resposta.
Fontes próximas da organização do evento explicaram à Efe que a UEFA desaconselha a retransmissão em directo deste tipo de jogos, por questões de segurança. A mesma agência cita uma fonte da PSP, que diz ser “desaconselhável” a retransmissão do jogo, marcado para as 19h45 no Estádio da Luz. Questionado pelo PÚBLICO, o porta-voz da polícia, subintendente Paulo Flor, remete para quinta-feira declarações da Direcção Nacional sobre o assunto, numa conferência de imprensa marcada para as 13h.
A verdade é que no programa oficial das actividades previstas entre quinta-feira e domingo, disponível na página de Internet da UEFA, lê-se que no sábado “não haverá transmissão em directo da final”. No entanto, esta informação contradiz as declarações do presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, que a 8 de Maio afirmou em Madrid que a cidade teria ecrãs gigantes para que os adeptos pudessem ver a partida.
"De certeza que vai muito mais gente a Lisboa, além dos que vão ao estádio ou pernoitar, e que vão simplesmente festejar e partilhar a alegria desta festa do futebol. Por isso, vamos ter também ecrãs gigantes na via pública para que quer os adeptos do Real quer os do Atlético possam partilhar connosco esta grande festa do futebol", disse o autarca, citado pela Lusa. Na Praça do Comércio está um desses ecrãs.
O evento, que vai atrair à capital portuguesa milhares de pessoas – entre elas os reis de Espanha – vai exigir uma mega-operação de segurança, que envolve as várias forças policiais: PSP, GNR, Serviços de Estrangeiros e Fronteiras, Polícia Marítima, e ainda a Autoridade Nacional de Protecção Civil.
“Uma vez que a final é em Lisboa, é aí que vamos ter a maior dimensão de eventuais problemas”, afirma o subintendente Paulo Flor. “A GNR dará uma contribuição nos acessos à cidade, desde a fronteira até Lisboa, e na identificação de adeptos de risco”, explica.
Os militares da GNR vão colaborar com as autoridades espanholas no desenvolvimento de um dispositivo especial de acompanhamento dos adeptos do Real e do Atlético de Madrid, para que os dois grupos não se encontrem até Lisboa. As claques não podem, por exemplo, parar nas mesmas estações de serviço para descansar no trajecto entre Madrid e Lisboa.