PS colecciona apoios à esquerda e à direita
António Capucho, Renovação Comunista e Joana Amaral Dias foram os trunfos com que o PS respondeu à celebração da partida da troika por PSD e CDS.
O ex-governante e antigo dirigente do PSD tomou o pequeno-almoço com Assis para anunciar o voto no PS. Expulso do partido liderado por Passos Coelho após as últimas autárquicas, Capucho explicou o apoio a Assis por ver que este era “quem estava mais próximo da ideia" que tem da Europa”.
Capucho admitiu também que via nestas eleições umas “primárias” para as legislativas. E que preferia a vitória do PS nessas eleições, em determinadas condições: “Espero que sim, se se mantiverem no PSD as pessoas que estão à sua frente.”
Mais tarde, Carlos Brito, ex-líder parlamentar e candidato à Presidência da República pelo PCP, justificou o seu apoio ao PS para “dar mais força ao movimento do basta” ao Governo. O encontro da Renovação Comunista com António José Seguro era para as europeias, mas Brito manifestou o desejo de que criasse “condições para substituir a direita no Governo”. O dissidente comunista queria “acabar com o tabu que proíbe as forças à esquerda do PS de negociar e fazer compromissos”.
Joana Amaral Dias, a ex-deputada do BE, foi à Convenção Novo Rumo falar de unidade, embora sem se referir à esquerda ou aos partidos que a compõem. Depois de defender que era preciso “travar a fundo esse rapaz”, referindo-se a Passos Coelho, dirigiu-se aos socialistas para pedir que nunca desistissem. “Agora é que temos de estar unidos. Dessa união depende a nossa sobrevivência.”
Na convenção, que juntou, segundo a organização, 1500 pessoas em Lisboa, Seguro apresentou o seu Contrato para a Confiança — um conjunto de 80 medidas que serve de rascunho de programa eleitoral para as legislativas — e prometeu liderar a partir de 2015 o primeiro Governo do século que não aumenta de impostos.
Desde o último Congresso do PS que Seguro tem manifestado a necessidade de juntar esforços, dada a situação difícil do país. Defendeu mesmo a disponibilidade de incluir no seu Governo “sociais-democratas, progressistas e humanistas”. Por seu turno, Assis vem defendendo a “responsabilidade histórica do PS” em cativar outras franjas ideológicas, mas que se identificavam com o projecto socialista.