Mais de 100 autores expõem no Festival de Banda Desenhada de Beja

Laerte Coutinho, Étienne Davodeau, Tommi Musturi, Miguel Mendonça e Fabio Pochet são alguns dos nomes que assinam exposições individuais entre os dias 31 de Maio e 15 de Junho

Fotogaleria
Fotogaleria

Mais de 100 autores de 23 países, como o brasileiro Laerte Coutinho e o francês Étienne Davodeau, vão contar "histórias em imagens" no 10.º Festival Internacional de Banda Desenhada de Beja, que arranca dia 31 de Maio.

Até 15 de Junho, os "amantes" de BD vão poder apreciar pranchas, desenhos e ilustrações de autores consagrados e novos talentos da nona arte, através de 21 exposições, 17 individuais e quatro colectivas, e quatro mostras, espalhadas por oito espaços culturais da cidade de Beja.

Além da Casa da Cultura, o núcleo principal do festival, as exposições vão poder ser apreciadas no Museu Jorge Vieira, na Casa do Governador no castelo, no Conservatório Regional do Baixo Alentejo, no Instituto Politécnico e em três núcleos do Museu Regional de Beja.

Em declarações à agência Lusa, o director do festival, Paulo Monteiro, fez hoje um balanço "muito positivo" do projecto". "Tem sido um percurso incrível, porque, quando olhamos para estes dez anos, vemos que uma boa parte dos nomes maiores da BD mundial já passou pelo festival", referiu. Por outro lado, o festival "revelou e deu a conhecer muitos novos autores de BD e afirmou-se a nível nacional e internacional e já é uma referência fundamental para a BD portuguesa", frisou.

"Quem fizer a história da BD do início do século XXI não pode deixar de parte o Festival Internacional de BD de Beja", disse, referindo que o festival "tem vindo a crescer um pouco todos os anos" e a expectativa da organizadora, a Câmara de Beja, é a de que "continue a crescer". Na edição deste ano, o festival, que é "eclético" e pretende divulgar "um pouco" de todos os formatos, géneros e estilos de BD, vai mostrar trabalhos de "mais de 100 autores de 23 países" e oferecer uma programação paralela "muito variada".

Das exposições individuais, Paulo Monteiro destacou as de Laerte Coutinho, "um autor de BD muito famoso e importante", e de Étienne Davodeau, que já ganhou "vários prémios um pouco por todo o mundo" e "boa parte do seu trabalho como autor de BD já foi adaptada ao cinema". Paulo Monteiro destacou também as exposições do finlandês Tommi Musturi, que tem uma "vasta obra" e já participou em "inúmeros fanzines", do português Miguel Mendonça, que, actualmente, trabalha para os EUA no segmento de BD de super-heróis, e do italiano Fabio Pochet, um desenhador da Disney.

Além das exposições, o festival inclui o Mercado do Livro, com dez lojas de BD e mais de 70 editores representados, e a Tasquinha da BD, com almoços e petiscos típicos do Alentejo e vegetarianos. Lançamentos e apresentações de livros e revistas, sessões de autógrafos e de desenho ao vivo, "workshops", conversas, concertos, cinema, o anúncio oficial dos vencedores dos Prémios Profissionais de Banda Desenhada 2014 e a entrega do Prémio Geraldes Lino ao autor de BD português José Smith Vargas são algumas das ofertas da programação paralela.

Das presenças no festival para "dois dedos de conversas", Paulo Monteiro destacou as dos britânicos David Loyd, o desenhador da série de romances gráficos e criador da "célebre" máscara "V de Vingança", e Paul Gravett, jornalista e investigador e "o maior especialista de BD da actualidade".