Universidades portuguesas a meio da tabela no primeiro ranking encomendado pela UE
Formações em Gestão são as únicas a conseguirem desempenhos acima da média. Católica é excepção privada ao domínio de instituições públicas.
Tanto a Católica como a Universidade do Porto (UP) têm tido lugar nos principais rankings especializados de gestão e negócios nos últimos anos e, no início desta semana, tinham sido colocadas entre as melhores da lista do Financial Times. Na publicação da UE, as duas instituições voltam a aparecer bem colocadas, estando ambas no top-100: A escola pública surge no 90º lugar, ao passo que a Católica é a melhor classificada, em 72º.
A lista de formações em gestão – liderada pela American University of Florida (EUA), seguida da alemã WHU School of Management e do Dartmouth College, também dos EUA – é a única entre as três que integram o U-Multirank em que as instituições portuguesas surgem em posições cimeiras. O ranking da UE contempla outras duas tabelas especializadas de instituições de ensino superior, nas quais as representantes nacionais não saem de posições medianas.
Entre as mais de 850 universidades de todo o mundo avaliadas no que respeita à investigação, há oito portuguesas entre os lugares 400 e 450. A melhor colocada é a Universidade Técnica de Lisboa (o ranking ainda não espelha o resultado do processo de fusão em Lisboa), que ocupa o 404º lugar. Seguem-se duas instituições privadas (Universidade Fernando Pessoa no lugar 409, e a Universidade Católica, duas posições abaixo), que se intrometem entre as universidades públicas que têm habitualmente melhores prestações nestas tabelas internacionais: Universidades de Lisboa (419º), Porto (420º), Coimbra (424º), Aveiro (435º) e Minho (437º). A Universidade Nova de Lisboa surge logo a seguir, na posição 451.
A lista dedicada à investigação – que contabiliza dimensões como as citações de artigos e as publicações em parceria com a indústria – é liderada pela Universidade da Califórnia Santa Cruz (EUA), seguida pela alemã Universidade de Siegen e pelo MIT.
O terceiro vector medido pelo U-Multirank é o envolvimento económico das instituições de ensino superior. Nesta dimensão volta a destacar-se a Universidade Católica, que consegue o 208º lugar. As restantes sete instituições nacionais acima do lugar 500 surgem mais uma vez a meio da tabela, entre a posição 388 (Universidade de Aveiro) e 497 (Politécnico de Setúbal). Globalmente, esta lista é liderada pelo Telecom ParisTech, de França, seguido da UAS Wiener Neustadt (Áustria) e da sueca Luleå University of Technology.
A UE decidiu entrar no sector dos rankings universitários que nos últimos anos tem estado em crescimento, dominado por publicações internacionais. A Comissão Europeia encomendou o trabalho a um grupo de investigadores do Center for Higher Education da Alemanha, do Center for Higher Education Policy Studies da Universidade de Twente (Holanda). U-Multirank tem um orçamento de dois milhões de euros para os dois primeiros anos de funcionamento, financiado pelo novo programa Erasmus Mais.
Além dos três rankings, o U-Multirank disponibiliza uma ferramenta online que permite a qualquer utilizador criar as suas próprias listas, seleccionando os critérios desejados a partir de um conjunto pré-determinado e quer servir de apoio aos jovens europeus na hora de escolherem a sua formação superior. Neste primeiro ano estão listadas mais de 850 instituições de 80 países, sendo maioria destas da Europa (62%) europeias, seguindo-se as norte-americanas (17%) e asiáticas (14%). O objectivo da UE é ter, dentro de dois anos, 1000 instituições de ensino superior avaliadas nestas listas.