Damm e Luxempart deixam administração da Pescanova

Controlo da empresa passa para as mãos da banca credora. Acordo evita liquidação.

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Pescanova tem uma unidade de aquacultura em Mira Adriano Miranda

Os bancos credores estão actualmente à procura de parceiros industriais que os acompanhem no objectivo de salvar a empresa, papel que inicialmente deveria ser assumido pela Damm, até que surgiram discordâncias com as instituições financeiras.

Depois do apoio maioritário ao convénio, a banca assumiu o controlo do grupo e os bancos Sabadell, Popular e CaixaBank tornaram-se os principais accionistas, já que controlam a maior parte do passivo, cerca de 590 milhões de euros, após a capitalização da dívida.

Depois de receber a aprovação do juiz, o acordo, que não altera o montante do "hair-cut" na dívida, dá agora um papel de liderança às instituições financeiras.

Assim, os bancos credores vêem cumpridas as suas exigências, incluindo a da recuperação de um terço do passivo da Pescanova, ou cerca de 1.000 milhões de euros, acima dos 700 milhões que defendia o bloco de accionistas liderado pela Damm e Luxempart.

De acordo com a proposta apresentada à Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) espanhola, as instituições financeiras assumem os termos da oferta de financiamento, com as alterações no valor do crédito de apoio à empresa, no valor de 125 milhões de euros.

A proposta inicial dos bancos credores (Sabadell, Popular, CaixaBank, Bankia, Novagalicia, BBVA e UBI Banca) para recuperar a empresa incluiu uma injecção de capital de 125 milhões de euros e a capitalização de 2.000 milhões de euros de dívida, o que representa um "hair-cut" de cerca de 60% do passivo.